GARDEMANN DEFENDE O USO DO BIOGÁS NO MESMO PATAMAR DO QUE O GÁS NATURAL
A Fenasucro também será palco para a demonstração do atual estágio do Biogás no Brasil. O Presidente da Abiogás, Alessandro Gardemann, vai fazer um palestra durante o evento para mostrar que nos últimos cinco anos foram desenvolvidas soluções que garantem um biogás com a mesma qualidade do gás natural, capaz de suprir os postos de abastecimento, ser injetado nos gasodutos, e até participar de leilões de energia elétrica, como ocorreu pela primeira vez em 2016, com a vitória do projeto da Raízen no Leilão A-5 da Aneel. Ele vai fazer a palestra na quarta-feira (21).
Segundo Gardemann, por ser uma potência agroindustrial, o Brasil tem uma capacidade de produção de resíduos gigantesca, que corresponde ao potencial de produção de biogás, até então negligenciado: “Hoje, estes resíduos não têm aproveitamento energético, um pouco por conta do histórico desfavorável do biogás. Projetos realizados desde os anos 80 careciam de eficiência energética, além de não terem sido economicamente viáveis. Mas o cenário está mudando. Hoje, dispomos de tecnologias que produzem um biogás equivalente ao GNV, aliando o saneamento ambiental com a viabilidade econômica. Tecnologia e eficiência constituem a chave que vem mudando a história do biogás no Brasil”.
Estudos desenvolvidos pela ABiogás apontam que o Brasil desperdiça mais de 84,6 bilhões Nm³ por ano de biogás, o que seria suficiente para suprir 40% da demanda de energia elétrica do país ou 70% de todo o diesel consumido no ano passado. Este potencial refere-se ao biogás que poderia ser produzido a partir dos resíduos sucroenergéticos (48%), agroindustriais (45%) e do saneamento (7%).
“Todo este potencial, em uma época na qual o mundo busca soluções econômica e tecnicamente viáveis para frear as mudanças climáticas e diminuir o impacto ambiental das atividades humanas, torna o biogás uma ferramenta estratégica tanto para o setor público, quanto para a iniciativa privada, que busca investimentos atrativos e seguros”, comenta Gardemann.
O objetivo da ABiogás é transformar a energia elétrica, combustível e térmica, geradas a partir do biogás, em commodities energéticas que correspondam a 10% da matriz brasileira. Para isso trabalha como um canal de interlocução com a sociedade civil, governo e órgãos responsáveis pelo planejamento energético brasileiro. A associação foi criada em 2013 e reúne 60 empresas de diversos segmentos do setor, cobrindo toda a cadeia de valor do biogás.
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