GANHOS COM EFICIÊNCIA ELÉTRICA NO BRASIL EM 2031 DEVEM EQUIVALER À METADE DA POTÊNCIA DE ITAIPU

itaipu_foto_caio_coronel_2_0O tema da eficiência energética ganha cada vez mais força na indústria, no comércio e nas residências do Brasil. O movimento é reflexo do aumento dos gastos com eletricidade e combustíveis verificado no país desde 2020, em virtude da pandemia, da crise hídrica e, mais recentemente, da invasão da Ucrânia pela Rússia. Usar os recursos com inteligência é a nova ordem do dia e, por isso, cálculos apontam que a eficiência elétrica reduzirá 32 TWh de consumo em 2031 no Brasil. O dado é da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e consta no recém-lançado Caderno de Demanda e Eficiência Energética do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031. Esse volume corresponde à geração de uma usina hidrelétrica com potência instalada de cerca de 7 GW – o que equivale à metade da potência total da usina de Itaipu.

Na indústria, a eficiência elétrica deve contribuir com a redução de 3% do consumo do setor em 2031, ou 10 TWh, equivalente ao consumo elétrico observado nas indústrias cimento e de cerâmicas somados em 2020. Além disso, a eficiência energética abaterá 7,6 milhões de tep (tonelada equivalente de petróleo) do consumo potencial da indústria em 2031.

linhastransmissaoEnquanto isso, a energia elétrica economizada nas habitações brasileiras pode atingir 6 TWh em 2031, correspondente a 3% do consumo residencial de eletricidade no mesmo ano. Já a energia economizada no setor de serviços corresponderá a 6% do consumo potencial em 2031 em termos de eficiência elétrica e eficiência energética, prevê a EPE.

Outro dado interessante do trabalho indica que o consumo evitado de eletricidade para aquecimento de água, graças ao uso de Sistemas de Aquecimento Solar (SAS), pode girar em torno de 1,8 TWh em 2031, o equivalente aproximado da geração da usina hidrelétrica de SINOP, em Mato Grosso, que possui cerca de 400 MW de potência.

caminhõesPara o segmento de transportes, somente com a eficiência de cada modo de transporte (por exemplo, melhorias tecnológicas e da intensidade do uso), o setor pode alcançar ganhos de 8% (10 milhões de tep) em 2031. A EPE considera que embora a matriz de transportes brasileira deve continuar majoritariamente rodoviária, o crescimento dos transportes rodoviário coletivo e ferroviário podem melhorar a eficiência sistêmica do setor de transportes.

O caderno ressalta também os possíveis efeitos no caso do Brasil adotar um Plano Decenal de Eficiência Energética (PDEf). O Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), implementado pela Eletrobrás, chegou a contratar um estudo para a elaboração de proposta para um PDEf. Levando em consideração a política de leilões de eficiência, centralizados e descentralizados, apontada pelo estudo do PROCEL/Eletrobrás, os ganhos iniciais seriam sentidos em 2023. Em 2031, essa política atinge uma economia adicional de 6,6 TWh, que representa 61% dos ganhos adicionais.

O estudo elaborado no âmbito do Procel é de cunho propositivo e a efetiva implementação das medidas propostas dependem de avaliação e de discussão pelas instituições públicas e privadas competentes”, frisou a EPE em seu caderno.

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