GASODUTOS GIGANTESCOS PARA ÁSIA E EUROPA SÃO DESTAQUE EM FEIRA NO TURCOMENISTÃO E ATRAEM EMPRESAS DO MUNDO INTEIRO
TURCOMENISTÃO – O segundo e último dia da Feira de Óleo e Gás do Turcomenistão vai encerrar com um jantar de gala que vai reunir as empresas participantes e grandes investidores convidados a participarem dos projetos gigantescos de construção de dois novos gasodutos na região. Um em direção à Índia e outro, em direção à China. São projetos tão fantásticos quanto milionários que vão envolver milhares de trabalhadores e alguma centenas de fornecedores. Nesta quinta-feira(7) foram realizados três grandes debates técnicos entre diversos especialistas de dutos, energia, construção civil, envolvendo autoridades políticas locais, da China, da Índia, Paquistão e Afeganistão, países por onde a gigantesca malha de dutos vai cruzar. Inclusive cortando ou contornando cadeias de montanhas gigantescas. A empresa brasileira Liderroll, detentora de patentes de suportes especiais de dutos diâmetros e do sistema de lançamento de dutos em túneis e ambientes confinados, foi convidada para participar dessa fase inicial, trazendo a experiência adquirida no Brasil no lançamento de algumas linhas dentro dois túneis da Petrobrás. No gasoduto que ligará o Turcomenistão à Índia, cortando o Afeganistão e o Paquistão, o projeto básico prevê a construção de 76 quilômetros de túneis. O presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, está aqui em Asgabate, capital do país, convidado pelo governo para participar dessas reuniões.
O dia hoje foi de muitas reuniões e conversas “face to face” entre os diversos CEOs das empresas envolvidas nesses dois projetos, como a Turkmengaz, Argus, Yokogawa, Socar, BP, Dow, ENI, Cifal, GE, Sumitomo, Petronas, Petrofac, Hyunday, Shell, Total, Areti, Dragon Oil, Oceaneering, a Trukmengeolgiya, a chinesa CNPC e a própria Liderroll. Seu presidente, o engenheiro Paulo Fernandes, não pôde falar sobre os projetos, em função das rigorosíssimas regras de confidencialidade que todos os envolvidos precisam obedecer:
“ Desta vez, não vou poder falar sobre a nossa participação aqui. O que posso dizer é que são projetos extremamente desafiadores, jamais vistos pela engenharia de dutos. Mas será uma rede que vai promover o progresso e trazer riqueza para muitas pessoas das regiões que serão beneficiadas nos países que participarão deste projeto gigantesco. Estou impressionado com a receptividade, surpreendido com o país. Muito bem administrado por um governo sério, pragmático e responsável com o seu povo e com o desenvolvimento do país. Ter uma empresa brasileira também envolvida é uma honra e um orgulho para nós e para o nosso país. Esperemos que dê tudo certo. ”
Além do aumento da produção, outra prioridade do Governo turcomeno em matéria de gás natural é a diversificação das rotas de exportação e da carteira de clientes. Neste sentido, o país pode virar alternativa ao gás russo para a União Europeia, com a construção do gasoduto Trans-Cáspio, que tem projeto de atravessar o Mar Cáspio, em seguida o Cáucaso, chegando à Turquia e depois, pelo gasoduto Trans-Anatólia ou TANAP, à Europa mediterrânea. A capacidade projetada do Trans-Cáspio seria de 45 bilhões de m3. Outra para o gás turcomeno será o gasoduto Trans-Afeganistão ou TAPI (Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão, Índia), com capacidade projetada de 34 bilhões de m3.
A indústria do gás do Turcomenistão tem tido crescimento de quase 10% ao ano na última década. O Governo turcomeno estima que, em 2030, o país estará produzindo 230 bilhões de m3 e exportando para um leque diversificado de países. A produção atual de gás do Turcomenistão concentra-se na região sul da Bacia do Cáspio e no oeste do país, mas as maiores reservas estão na província de Mary, no leste. O maior campo por volume de produção é o de Dauletabad, com aproximadamente 34 bilhões de m3 ao ano. O campo de Bagtyiarlyk, operado pela CNPC, já tem produção anual de cerca de 13 bilhões de m3, a qual é exportada para a China.
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