GE INAUGURA CENTRO DE PESQUISAS NO RIO E ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS SUBSEA | Petronotícias




faixa - nao remover

GE INAUGURA CENTRO DE PESQUISAS NO RIO E ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS SUBSEA

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Jeff Immelt, CEO Global da GE.

Jeff Immelt, CEO Global da GE.

A vista é bela para os dois lados, que se espelham de formas diferentes. À esquerda de quem chega, um lado pouco apreciado da Baía de Guanabara arrebata a visão dos visitantes, como tantas paisagens do Rio, representando uma das principais marcas da cidade, que são suas belezas naturais. À direita, uma construção futurística e quase toda envidraçada, montada com todas as últimas tecnologias utilizadas em pesquisa e desenvolvimento para os setores de óleo e gás, aviação e infraestrutura. É o novo Centro de Pesquisas Global da General Electric, na Ilha do Fundão, que acaba de ser inaugurado com toda pompa e circunstância, incluindo a presença do CEO mundial da gigante americana, Jeff Immelt. Representa a outra face de um Rio que vem ganhando forma nos últimos anos, com avançadas instalações voltadas à inovação tecnológica, e tem o pré-sal como um dos principais motores desse salto em desenvolvimento.

A nova estrutura da GE, com 24 mil metros quadrados, é parte de um processo iniciado em 2011, quando a empresa fechou uma parceria com a UFRJ e começou a abrir frentes de pesquisa na cidade. A previsão inicial era inaugurar a nova unidade no fim de 2013, mas só agora ele foi aberto oficialmente, apesar de já contar com pessoas trabalhando ali há dois meses. São 160 empregados deslocados para o conjunto de instalações, sendo 140 deles pesquisadores e engenheiros.

Centro de Pesquisas da GE no Parque Tecnológico do Rio.

Centro de Pesquisas da GE no Parque Tecnológico do Rio.

Junto com a inauguração, foi anunciada a construção futura de uma fábrica de equipamentos para atividades subsea, em parceria com a Petrobrás e com o BG Group, a ser instalada até 2020. O foco serão tecnologias para o tratamento da água no fundo do mar para perfuração em águas profundas, e para separação de petróleo, água e gás. A parte de perfuração será voltada ao acordo com a BG e os estudos de separação à parceria com a Petrobrás.

Um dos principais laboratórios dentre os instalados destina-se exclusivamente às pesquisas de tubos flexíveis, que deverão ser muito utilizados para escoar a produção do pré-sal e vêm sendo uma aposta de diversas empresas que atuam no segmento subsea.

Um dos responsáveis pelas pesquisas com este foco, o executivo da GE Judimar Clevelário conta que ali eles pretendem fazer todas as partes do processo de desenvolvimento de novos produtos, enfatizando que este é o laboratório para dutos flexíveis da GE com a maior capacidade no mundo.

“Aqui nós preparamos as amostras, fazemos os primeiro testes em escala reduzida, analisamos os resultados e, se tudo tiver dado certo, produzimos o tubo flexível, para levar à outra área do laboratório, onde fazemos os testes em escala real”, explica.

Judimar Clevelário, da área da GE voltada ao desenvolvimento de tubos flexíveis.

Judimar Clevelário, da área da GE voltada ao desenvolvimento de tubos flexíveis.

Na primeira parte do laboratório, há diversas salas separadas, todas preparadas para trabalhos em condições de corrosão similares às do pré-sal, onde são feitos testes para cada camada de materiais utilizados nos tubos flexíveis. Há testes de fadiga, testes estáticos, de alta pressão, de temperatura, ensaios mecânicos, de impacto e análise microscópica.

Na área de ensaios em escala real, há diversos tipos de simulações a serem realizadas, como para avaliação de vida em serviço, podendo simular até 300 anos de atuação; simulação de pressão externa de lâmina d’água para o equivalente a até 5 mil metros de profundidade; simulação de explosão de amostras, para avaliar possíveis comportamentos de tubos carregando fluidos corrosivos, entre outras finalidades.

Universidade corporativa

Além das atividades de pesquisa, uma parte do novo prédio da GE será toda voltada à qualificação e ao aperfeiçoamento da mão de obra interna. O terceiro andar do centro de pesquisas abriga a primeira unidade na América Latina da chamada Crotonville, nome dado à universidade corporativa da GE criada em 1956.

É a quinta do tipo que a companhia americana constrói no mundo. Com sede em Ossining, Nova York, a universidade corporativa também existe na Alemanha, na Índia e na China.

Ana Lucia Caltabiano, diretora de RH da GE na América Latina.

Ana Lucia Caltabiano, diretora de RH da GE na América Latina.

Serão oferecidos 85 tipos de cursos na unidade brasileira, ministrados por 25 professores, com capacidade para atender até 300 funcionários ao mesmo tempo. Para isso, 20 salas foram separadas especificamente para o trabalho de qualificação, que atenderá também executivos da companhia vindos de outras partes do mundo. O objetivo da GE é ter 60% dos alunos formados por brasileiros e 40% de estrangeiros.

“Todos os 12 CEOs que a GE já teve passaram por Crotonville. Quando nos perguntam qual o retorno do investimento, respondo: é isso. Além de desenvolver os melhores produtos, queremos desenvolver pessoas”, afirmou a diretora de RH da GE na América Latina, Ana Lucia Caltabiano.

Inovações

Com investimentos previstos de US$ 500 milhões no Centro de Pesquisas até 2020, quando deve abrigar até 400 profissionais, o objetivo da unidade é, naturalmente, trazer e criar novas tecnologias para a indústria.

Alguns dos equipamentos dispostos como amostras no prédio já existem, mas ainda não foram utilizados no Brasil, como um detector de vazamentos que capta ondas acústicas no fundo do mar.

Mark Little, vice-presidente global de pesquisas da GE.

Mark Little, vice-presidente global de pesquisas da GE.

Apesar de já estar pronto, faz parte de um dos principais focos das pesquisas da GE no Brasil, que são as tecnologias para exploração e produção em águas profundas. Dentre as frentes de estudos em desenvolvimento, há avaliações de processos para a remoção de sulfato e outros componentes do sal presentes na água reinjetada nos poços; novos equipamentos de perfuração para águas ultraprofundas com transmissão de dados em tempo real; e estruturas de separação submarina tanto para água/óleo e gás/água, quanto para óleo/água/gás.

O vice-presidente global de pesquisas da GE, Mark Little, afirmou que estão buscando formas de aproximação com os principais clientes e querem desenvolver inovações que promovam o avanço da indústria, ressaltando a importância da presença local.

“Queríamos estar no Brasil, porque é um mercado importante para nós e muitos clientes ficam no Rio, como a própria Petrobrás, por exemplo”, afirmou, explicando a escolha da cidade para a instalação do primeiro centro de pesquisas da companhia na América Latina.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of