GERAÇÃO DE ELETRICIDADE A PARTIR DE USINAS NUCLEARES CRESCEU 2,3% NO ÚLTIMO ANO E WNA PREVÊ NOVA EXPANSÃO DA FONTE

Um novo relatório da Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês) mostra uma evolução alcançada pela indústria nuclear mundial ao longo de 2023. A geração global de eletricidade a partir de fonte atômica aumentou em 2023, totalizando mais de 2600 TWh no período, um aumento de 58 TWh (ou 2,3%) em relação a 2022. Assim, a energia nuclear representou 9% da produção mundial de eletricidade. Esse aumento se deve em parte ao retorno ao serviço de reatores franceses após longas paradas, contribuindo com 42 TWh adicionais.

O fator de capacidade média dos reatores nucleares aumentou 1%, atingindo 81,5% em 2023, “destacando a confiabilidade proporcionada pela energia nuclear à rede“, observa o relatório. Os reatores nucleares têm consistentemente alcançado mais de 80% de fatores de capacidade nos últimos 20 anos. O desempenho dos reatores permanece alto, independentemente da idade. “O aumento na geração, apesar da queda na capacidade, destaca o excelente desempenho e valor que a energia nuclear proporciona à rede“, afirmou a WNA.

Gráfico mostra a evolução da geração de eletricidade a partir da energia nuclear ao longo dos últimos anos – clique para ampliar

Os reatores nucleares ajudaram a evitar 2,1 bilhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono em 2023, provenientes de geração equivalente a carvão. “Isso é mais do que as emissões anuais de quase todos os países individualmente, com apenas China, Índia e EUA tendo emissões nacionais de CO2 mais altas“, observa o relatório.

No final de 2023, o mundo contava com 437 reatores em operação – o mesmo número do final de 2022 -, com cinco reatores sendo desativados (Tihange 2 da Bélgica, Kuosheng 2 de Taiwan e Emsland, Isar 2 e Neckarwestheim 2 da Alemanha) e cinco conectados à rede (Fangchenggang 3 da China, Mochovce 3 da Eslováquia, Vogtle 3 dos EUA, Ostrovets 2 de Belarus e Shin-Hanul 2 da Coreia do Sul) durante o ano.

Seis novos projetos de construção foram iniciados em 2023, cinco dos quais na China (Sanmen 4, Haiyang 4, Lufeng 6, Lianjiang 1 e Xudabao 1) e o outro no Egito (El Dabaa 3). Dos 64 reatores atualmente em construção, mais de dois terços estão na Ásia, com 30 reatores em construção apenas na China. A Europa Oriental e a Rússia estão em segundo lugar em termos de número de unidades em construção.

A diretora geral da WNA, Sama Bilbao y León, avaliou que o relatório mostra que a energia nuclear continua sendo um dos meios mais confiáveis de fornecer energia limpa para a rede. “O desempenho contínuo e excelente da frota global de reatores, a rápida implementação de novos projetos nucleares nos Emirados Árabes Unidos e o crescimento contínuo da geração na China são evidências claras de uma indústria de alto desempenho”, disse.

Olhando para o futuro, ela disse que a indústria nuclear global está prestes a entrar em um período de grande expansão. Em dezembro do ano passado, na conferência sobre mudanças climáticas COP28, em Dubai, a energia nuclear recebeu reconhecimento de alto nível pela primeira vez. Líderes de 25 governos assinaram uma declaração ministerial comprometendo-se a triplicar a capacidade global de energia nuclear para alcançar a meta de zero emissões líquidas até 2050.

“Na COP 28, 25 países assinaram a declaração para triplicar a capacidade nuclear global até 2050. É empolgante ver novos reatores entrando em operação e planos para novas construções em uma variedade de países. A colaboração e a competição na indústria irão impulsionar muitos novos projetos nos próximos anos. Nosso Relatório de Desempenho indica que os reatores construídos agora produzirão energia confiável e livre de carbono por décadas e décadas”, finalizou.