GOVERNO ANUNCIA POLÍTICA PARA CRIAÇÃO DE CLUSTER NUCLEAR E NOVAS PESQUISAS DE LOCAIS PARA USINAS EM EVENTO DA ABDAN

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

bentoO Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou no início desta noite (10) que o governo vai desenvolver uma política de incentivo para a formação de um cluster nuclear, criando assim uma cadeia produtiva com empresas privadas e institutos para esse setor. Além disso, o ministro também revelou que o Brasil vai retomar as pesquisas sobre potenciais sítios que podem receber eventuais novas centrais nucleares. As declarações foram feitas durante a cerimônia de abertura do evento Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E), organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O encontro, feito de forma virtual, também teve a entrega da premiação Honra ao Mérito Nuclear.

Ele destacou que o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 está passando por revisão, para dar conta das mudanças na economia em virtude da economia. O documento prevê o crescimento da geração nuclear no Brasil em 10 GW nos próximos 30 anos. Bento Albuquerque frisou que ao aumentar a participação da energia nuclear em nossa matriz energética, o Brasil se posicionará como ator internacional relevante nesse mercado.

O ministro citou ainda em seu discurso a necessidade de aprimorar a legislação brasileira para atrair os investimentos privados, inclusive na mineração de urânio. Ele prometeu ainda reativar a pesquisa geológica para ampliar o conhecimento dos recursos minerais radioativos do país.

Leia abaixo os principais pontos da fala de Albuquerque durante o evento:

angra 2“Nesse processo de retomada do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), devo ressaltar a importância de agraciarmos nossos colegas, ilustres personalidades públicas, com a Medalha de Honra ao Mérito Nuclear, em reconhecimento a contribuição para o desenvolvimento nuclear no Brasil nas áreas de pesquisa, agricultura, indústria, medicina, geração de energia elétrica, esterilização de equipamentos, preservação do meio ambiente e até conservação de objetos de arte e obras literárias. Devo destacar ainda a relevante contribuição da ABDAN e WNA por promoverem o evento internacional World Nuclear University, que oferece um programa exclusivo de capacitação para o desenvolvimento de competência de ponta em todo o mundo.

Como já citei em outros encontros, o desenvolvimento do nosso Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, atualmente em fase final de atualização para incorporar os efeitos da crise provocada pela pandemia, recomendará a ampliação da geração nuclear em até 10 GW em 30 anos. Outro ponto a ser ressaltado é o desenvolvimento de uma política para fomentar a criação de um cluster nuclear, com a ajuda da Marinha do Brasil e demais ministérios que também investem no setor, para se formar uma cadeia produtiva com empresas privadas e institutos.

Aumentar a participação da energia nuclear em nossa matriz energética posicionará o Brasil como ator internacional relevante nesse restrito mercado. Por outro lado, devemos aprimorar nossa legislação com vistas à atração de investimentos privados para o setor, inclusive na mineração de urânio. Vamos reativar a pesquisa geológica para ampliar o conhecimento dos recursos minerais radioativos do nosso solo. Dessa forma, proveremos melhores condições para as pesquisas, incluindo biociências e medicina nuclear.

uranio 3Uma outra importante ação em curso é o avanço dos ajustes necessários para atualização do marco legal da atividade nuclear e a criação da Autoridade Regulatória Nuclear, a ser vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Já para 2021, estamos nos preparando para a retomada dos estudos de localização de novos sítios nucleares – a primeira, segunda e terceira fases de identificação de áreas candidatas, sítios potenciais e candidatos. Uma parte já foi realizada pela Eletronuclear, em parceria com a Coppe/Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde o Brasil foi mapeado seguindo o EPRI Siting Guide, que estabelece critérios rígidos seguidos pelo EPRI. Mas precisamos avançar. Nossa meta é intensificar esses estudos para que tenhamos a identificação de sítios preferenciais, que permitam ao governo propor ao Congresso Nacional a implantação de novas centrais nucleares, tão importantes para o desenvolvimento e segurança do sistema de energia elétrica do Brasil.

Por fim, gostaria de parabenizar os agraciados e agradecer à ABDAN e WNA, organizadores desse seminário, pela iniciativa deste webinar de premiação em plena pandemia e pela importância da continuidade nos próximos dias, onde teremos um seminário para desenvolvimento e capacitação de nossos profissionais”.

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[…] relação ao futuro, o próprio ministro Bento Albuquerque anunciou durante um evento da ABDAN [em novembro do ano passado] que iria iniciar a contratação dos estudos para definir os sítios das novas usinas. Esse é o […]