GOVERNO APROVA PLANO DECENAL DE ENERGIA E IGNORA SUGESTÕES DO SETOR NUCLEAR
De nada valeu as contribuições e sugestões de membros do setor nuclear para o Plano Decenal de Energia 2026 (PDE 2026), que é uma indicação das perspectivas de expansão futura de energia sob a ótica do Governo Federal. Na versão colocada em consulta pública, o documento prevê para a entrada em operação de Angra 3 apenas para 2026. E o documento final manteve a data, que pode prejudicar os investimentos futuros no setor nuclear.
“A assertiva da data adotada para a entrada em operação de Angra 3, conforme a proposta para o PDE 2026, pode ir a impactar os investidores e players do setor nuclear energético para a década em análise 2016-2026. Pode ser visto como uma mensagem de que decisões no setor são incertas, o planejamento oficial não conta com essa contribuição e sua participação se reduz ao parque atual das duas centrais em operação”, declarou a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares, durante a consulta pública.
O governo chega a afirmar no PDE que devido a necessidade latente de oferta de fontes firmes, a expansão nuclear surge como opção natural. “Porém, o início de desenvolvimento do primeiro projeto após Angra 3 deverá ocorrer após o fim do horizonte decenal, em função dos prazos envolvidos de estudos e obtenção de licenças. Após a concretização do primeiro empreendimento, acredita-se que os seguintes poderão ocorrer em intervalos mais curtos, provavelmente de 5 a 7 anos”, afirma o PDE.
O MME está considerando que o início de operação de Angra 3 deve acontecer apenas em 2026 e desconsiderou a projeção mais recente da Eletronuclear e da Eletrobras, que indica a data de 1º de janeiro de 2024 como marco para entrada em operação comercial da usina.
A Eletronuclear aguarda e torce para que a próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para dezembro, termine com a autorização para retomada do empreendimento. Nos planos da empresa, com essa decisão favorável, seria possível iniciar a negociações de contratos em janeiro de 2018. Em junho de 2019, a companhia faria a retomada da Construção Civil e da Montagem Eletromecânica. Dentro deste cronograma, seria possível iniciar a operação comercial da usina em 2024.
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