GOVERNO DA FRANÇA FAZ PREPARATIVOS PARA PROGRAMA DE CONSTRUÇÃO DE NOVAS USINAS NUCLEARES NO PAÍS

O Conselho de Política Nuclear (CPN) da França, liderado pelo presidente Emmanuel Macron, fez uma reunião recentemente para fazer um balanço de todo o dossiê nuclear francês, tanto a curto quanto a longo prazo. O conselho pediu um novo programa de desenvolvimento de habilidades, bem como estudos sobre como os resíduos radioativos serão gerenciados, para que um novo programa de construção nuclear seja lançado.

“As decisões tomadas durante este Conselho de Política Nuclear permitirão preparar o próximo programa plurianual de energia, que será apresentado em junho de 2023, antes de um debate no Parlamento sobre a lei de programação energética e climática”, disse um comunicado presidencial. A fim de garantir a segurança do abastecimento elétrico francês, e após um nível historicamente baixo de produção dos reatores de energia do país nos últimos dois anos, o CPN lançou a “remobilização de todos os atores para se preparar para o inverno de 2023, antecipando, na melhor das hipóteses, interrupções de reator”.

Com vista a produzir eletricidade livre de carbono e competitiva a longo prazo, o CPN validou também o lançamento de estudos de preparação para a ampliação da vida útil das centrais elétricas existentes para 60 anos e mais, sob estrita condições de segurança garantidas pela Autoridade de Segurança Nuclear. Em fevereiro do ano passado, o presidente Macron anunciou que era o momento certo para um renascimento nuclear na França, dizendo que a operação de todos os reatores existentes deveria ser estendida sem comprometer a segurança e revelando um programa proposto para seis novos reatores EPR2, com opção para mais oito reatores EPR2 a seguir.

O plano plurianual de energia da França – Programmation Pluriannuelle de l’Energie (PPE) – é um roteiro para os períodos 2019-2023 e 2024-2028, estabelecendo as principais prioridades energéticas do país e, assim, orientando o investimento público e privado. O PPE está alinhado à estratégia de baixo carbono do país. Com esses dois conjuntos de diretrizes, o país pretende cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo do Clima de Paris e alcançar a neutralidade carbônica até 2050. Embora o PPE tenha sido publicado pelo governo no final de 2018, as discussões ainda estão em andamento. Uma vez finalizado, o PPE determinará quantos reatores deverão ser desligados e quantos novos deverão ser construídos.

Na sua reunião, o CPN passou em revista as principais questões relativas ao programa de construção dos seis novos reatores nucleares EPR2, objeto de um debate público que termina no final de fevereiro. O novo programa nuclear francês também envolve o desenvolvimento de pequenos reatores modulares (SMRs) e reatores modulares avançados (AMRs), com o objetivo de ter pelo menos um SMR em operação na década de 2030.

Macron se reúne duas vezes por ano com o Conselho de Política Nuclear. A reunião do CPN de junho validará as orientações do PPE para 2030-2035. O CPN no final de 2023 será dedicado em particular à revisão detalhada do programa EPR2.