GOVERNO DÁ OS PRIMEIROS PASSOS NA BUSCA DE NEGOCIAR COM TRUMP, MAS PGR PEDE CONDENAÇÃO DE BOLSONARO E COMPLICA SITUAÇÃO
O Diário Oficial da União publicou esta manhã (15) o decreto assinado ontem à noite pelo Presidente Lula que regulamenta a lei de Reciprocidade Econômica. A norma é uma resposta às tarifas econômicas de 50% impostas ao Brasil de forma unilateral por Donald Trump, e a futuras decisões de outras economias mundiais. Aprovada pelo Congresso Nacional em 2 de abril, a Lei estabelece critérios de proporcionalidade para a adoção de medidas em resposta a barreiras impostas a produtos e interesses brasileiros. Pela norma, o Brasil pode oferecer a cidadãos e governos estrangeiros o mesmo tratamento que eles conferem ao país, seja em questões comerciais, concessão de vistos, relações econômicas ou diplomáticas. A legislação autoriza o governo brasileiro a reagir a ações externas que afetem negativamente a competitividade internacional do país.
Ainda hoje, o vice-presidente Geraldo Alckmin estará reunido com vários grupos de empresários em Brasília, afetados diretamente pelo tarifaço. Primeiramente os ligados ao aço e ao alumínio, penalizados em 75% a partir do dia 1º de agosto. À tarde, serão os empresários ligados ao agronegócio, que terão uma tarifa de 50%. O governo vai negociar com os Estados Unidos, embora a redução da tarifa de 50% vai depender das ações e atitudes do Supremo Tribunal Federal, acusado por Trump de perseguir ao ex-presidente Bolsonaro. Se não houve uma resposta adequada ao que o presidente americano deseja, a crise tende a escalar.
E pelas ações do Ministro Alexandre de Moraes, que voltou a desafiar Trump, multando a companhia americana Rumble, quem nem estabelecida no Brasil é, em R$ 100 mil por dia, desde domingo (13), e a decisão do Procurador de Justiça, Paulo Gonet, em pedir 43 anos de prisão para Jair Bolsonaro, acusando de liderar um golpe de Estado armado, com certeza, o presidente norte-americano não vai ficar calado. E as sanções contra o Brasil poderão jogar a economia do país no limbo, caso a Câmara e o Senado não reajam pressionando o Supremo Tribunal Federal.
Ontem (14), a Firjan participou da reunião virtual extraordinária de emergência com os presidentes das federações das indústrias de todo o país convocada para discutir atual situação da indústria brasileira diante da ameaça do tarifaço proposto pelo governo dos Estados Unidos. Luiz Césio Caetano (foto à direita), presidente da Firjan e diretor da CNI, apresentou os principais pleitos da indústria fluminense, que poderá perder competitividade em alguns setores, caso se confirme a aplicação da taxa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Durante o encontro, os representantes do setor produtivo alinharam a defesa de um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas. Esse prazo é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida, além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas. Também reforçaram que é preciso ter prudência e buscar o diálogo, o entendimento e o consenso para tratar essa questão que afeta as relações entre Brasil e Estados Unidos. A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, também participou da reunião e assegurou que as ponderações serão encaminhadas ao governo.
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