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GOVERNO DO RIO E ENTIDADES DO SETOR NUCLEAR FAZEM MOBILIIZAÇÃO DE APOIO À CONCLUSÃO DE ANGRA 3

fwefwfwFaltam pouco menos de duas semanas para a reunião que pode, enfim, definir o destino da usina nuclear de Angra 3. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve se reunir no próximo dia 18 para decidir sobre a continuidade das obras do empreendimento. Embora o governo, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já tenha se posicionado publicamente a favor da conclusão do projeto, ainda há incertezas sobre o futuro da planta. Diante desse cenário, o governo do Rio de Janeiro e diferentes atores do setor nuclear realizam uma mobilização junto à Frente Parlamentar Nuclear (FPN), liderada pelo deputado Julio Lopes (PP/RJ). O objetivo é envolver a Câmara dos Deputados na discussão e reforçar o apoio ao término da usina.

O secretário de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro, Cássio Coelho (foto principal), enviou um ofício ao deputado Julio Lopes defendendo a conclusão de Angra 3. No documento, Coelho destaca que a usina será uma fonte confiável de energia de base, permitindo a expansão de usinas intermitentes, como as eólicas e solares, além de contribuir para a preservação da geração hidrelétrica, especialmente em períodos de seca.

O presidente da Frente Parlamentar Nuclear, Julio Lopes

O presidente da Frente Parlamentar Nuclear, Julio Lopes

Em tempo, do ponto de vista social, a retomada desta obra é vital para o estado do Rio de Janeiro, tendo em vista seu potencial para geração de emprego e renda. Cerca de 7 mil postos de trabalho diretos e indiretos devem ser criados durante a fase de construção, somados aos empregos gerados em cadeias sinérgicas, considerando o estímulo gerado na cadeia de operação e manutenção”, escreveu o secretário no ofício.

Enquanto isso, a FGV Energia também emitiu uma nota destacando os motivos pelos quais o Brasil precisa de Angra 3. A instituição ressalta que a energia gerada pela usina será livre de emissões de gases de efeito estufa e que a planta fornecerá 1.405 megawatts (MW) de eletricidade contínua ao Sistema Interligado Nacional (SIN), operando praticamente sem interrupções por 60 anos.

A própria FGV Energia elaborou um estudo detalhado sobre os impactos socioeconômicos da energia nuclear no Brasil. O levantamento aponta que, para cada R$ 1 bilhão investido, há uma contribuição de R$ 3,1 bilhões para o Valor Bruto da Produção do país, sendo 68% desse montante destinado ao Estado do Rio de Janeiro. Além disso, a energia nuclear gera R$ 2 bilhões em Valor Adicionado da Produção (PIB Brasil), com 80% desse impacto concentrado no Rio de Janeiro. “Tendo em vista o extrato dos fundamentos técnicos e econômicos apresentados, conclui-se que, indubitavelmente, o Brasil precisa e deve concluir a obra de Angra 3”, declarou a FGV Energia.

angra-3A estatal Amazul, ao ser consultada pela Frente Parlamentar Nuclear, também enviou uma carta ao deputado Julio Lopes ressaltando que Angra 3 tem um papel estratégico no Programa Nuclear Brasileiro. Segundo a companhia, a conclusão da usina permitirá viabilizar a integração de soluções nucleares para geração elétrica e para a Defesa Nacional. Além disso, o projeto contribuirá para a formação e manutenção de uma mão de obra altamente qualificada, essencial para os demais projetos do setor nuclear brasileiro.

A Amazul também enfatiza que o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) depende de uma base tecnológica e industrial nuclear robusta para garantir o ciclo completo de vida dos submarinos de propulsão nuclear. “Essa capacidade é intrinsicamente alimentada pelo programa civil de geração elétrica nuclear, cuja continuidade depende da conclusão de Angra 3”, afirmou a companhia.

Por fim, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e a Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica divulgaram cartas de apoio à Angra 3, ressaltando que a usina ajudará a aprimorar as práticas de radioproteção, além de contribuir para a formação e capacitação de profissionais e para o desenvolvimento da medicina nuclear no Brasil.

CARTA AO CNPE

celsoAlém da mobilização na Câmara, o setor nuclear também já fez apelos diretamente ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) enviou uma carta ao colegiado para defender a conclusão de Angra 3.

Para a associação, a retomada das obras gerará uma série de benefícios econômicos e industriais, com a criação de novos postos de trabalho diretos e indiretos, além do estímulo à cadeia produtiva de bens e serviços altamente qualificados, como engenharia nuclear, construção civil especializada e fornecimento de equipamentos de alta tecnologia. Este processo impulsionará não apenas o setor nuclear, mas também as indústrias locais e nacionais, fortalecendo a base industrial do Brasil.

“Adicionalmente, a conclusão de Angra 3 atrairá investimentos tanto nacionais quanto internacionais, além de criar condições para o desenvolvimento de novos projetos nucleares no Brasil, consolidando o país como um polo de excelência no uso de energia nuclear, o que é estratégico para a atração de parcerias e financiamento para o futuro”, diz a carta, que é assinada pelo presidente da associação, Celso Cunha (foto à direita).

O documento também reitera que a decisão de votar a favor da retomada das obras de Angra 3 representa um passo essencial para garantir a segurança energética do Brasil no longo prazo, ao mesmo tempo em que impulsiona o crescimento econômico sustentável, cria empregos qualificados e posiciona o Brasil como líder na adoção de tecnologias nucleares avançadas.

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