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GOVERNO E PETROBRÁS QUEREM ADIAR ATÉ A PRÓXIMA SEMANA A NOTÍCIA DE UM NOVO AUMENTO NOS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS

CAPAO governo Lula continua fazendo pressão sobre os preços dos combustíveis para que o aumento mais do que necessário seja adiado. E a Petrobrás vai se submetendo a isso. A empresa sabe que há a defasagem, mas volta a se colocar entre a cruz e caldeira, com tendência mais para a caldeira, exatamente onde está o seu acionista maior.  Diversas instituições tem mostrado cálculos desta defasagem, mas a decisão da cúpula da companhia é adiar até a próxima quarta-feira (29) , dia da reunião do Conselho de Administração, e dividir com ele a responsabilidade do aumento nos preços dos combustíveis, principalmente no óleo diesel. A direção da companhia não quer assumir sozinha este peso:  anunciar o aumento em um momento  da economia brasileira frágil, com tendência de inflação alta, juros e dólar nas grimpas e descontrole nos preços. Com o governo insistindo em virar as costas para o corte de  gastos, não há remédio.

Mesmo com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional após Donald Trump afirmar que vai aumentar as exportações da commodity, a gasolina e o dieselCAMINHOES no Brasil continuaram com defasagem frente aos preços externos. A diferença do diesel varia de acordo com quem calcula. E o que parece mais perto da realidade são os cálculos  da ABICOM – Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis. Para ela, é muito claro o nível de defasagem dos preços, principalmente quando se refere ao diesel e a gasolina. E é isso que governo teme: dar a má notícia, por responsabilidade dele mesmo. O preço do diesel está com uma defasagem de 24%, enquanto o da gasolina registra 13%. Um anúncio de aumento nos preços causaria ainda mais desgaste para o governo, irritação nos caminhoneiros e a sensação de inflação descontrolada.

O Brasil tem uma produção expressiva de petróleo e está entre os dez maiores produtores mundiais de petróleo. Temos excedente, mas sem refinarias suficientes para processar a nossa produção. O Brasil não tem capacidade de atender aos mercados de querosene de aviação, óleos CARRETAlubrificantes, gasolina, o GLP e o óleo diesel. Especificamente com o diesel, o país tem uma dependência de até 30% da demanda. Por isso, o Brasil importa todo este volume. Em relação à gasolina, a dependência varia entre 8% e 12%, dependendo do preço do Etanol hidratado, que é o combustível substituto da gasolina. A grande maioria da frota nacional usa motores com a tecnologia flex. Na hora de abastecer, o motorista decide pelo mais barato. Por isso a variação desta dependência.

Atualmente, a situação da defasagem média do óleo diesel nos polos onde existem as entradas do combustível no país,  chega à ordem de R$ 0,98 por litro. São 27%, uma defasagem extremamente elevada. No caso da gasolina, R$ 0,48 por litro, equivalente a 16%. Efetivamente é o valor que a Petrobrás está tendo que represar. Este é o quadro hoje dos preços praticados pela estatal, artificialmente muito baixos. Isso significa que os importadores vivem uma insegurança. De estar trazendo navios com combustíveis, onde o mercado tem o agente dominante cobrando preços defasados.  E quando a Petrobrás não diz o que ela pode ofertar de combustível em determinado mês, aumenta ainda mais a insegurança dos importadores, porque não sabem quanto devem importar. A própria Petrobrás também tem importado combustíveis e oferecido via leilão com preços muito abaixo do valor de mercado.

GASOVEJA AGORA OS CÁLCULOS DE ALGUMAS INSTITUIÇÕES

  • A StoneX, a gasolina está 11,2% abaixo da paridade de importação, ou R$ 0,33 por litro. O diesel está com diferença de 23,6%, o equivalente a R$ 0,82 por litro;
  • De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a gasolina da Petrobras ficou 11,09% abaixo da paridade internacional, ou R$ 0,38 por litro. O diesel fechou a terça-feira 18,7% aquém do preço externo, ou R$ 0,81 por litro;
  • para a consultoria Argus, a defasagem da gasolina da Petrobras está em 8,5%, igual a R$ 0,42 por litro, enquanto o diesel apresenta diferença de 12,2%, ou R$ 0,62 por litro;
  • A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) estima a defasagem da gasolina da Petrobrás em 13% (R$ 0,37 por litro) e a do diesel em 24%, ou R$ 0,85 por litro;
  • Nos cálculos do Itaú BBA, o preço da gasolina da Petrobrás está 15% abaixo e relação ao importada, enquanto no diesel essa diferença é de 19%.

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Luciano Seixas Chagas Recent comment authors
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Luciano Seixas Chagas
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Luciano Seixas Chagas

Interessante é que só a Abicom está reclamando da defasagem! Alguém sabe o porquê? Enquanto isso a Petrobras paga o maior “dividend yeld” do Brasil. Também no mercado curiosamente o valor da Petrobras está estável, na casa de R$ 508 bilhões, valor este bem defasado do real valor patrimonial e do potencial lucro expectado com a entrada de produção de novas FPSO’s. Curioso também não?
Para mim o que está na mídia é sempre conivente com os interesses umbilicais ao invés dos republicanos. Querem mais inflação com ajustes de preços e “supostas” defasagens sempre superlativas.