GOVERNO LANÇARÁ PROGRAMA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PARA HIDROGÊNIO E PREPARA NOVAS INICIATIVAS PARA A FONTE
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O hidrogênio é o suprassumo do momento quando o assunto é transição energética. O Brasil é considerado um potencial protagonista nesse mercado. De olho nisso, o governo começou a fazer os primeiros anúncios no sentido de posicionar o país nesse novo segmento. O Ministério de Minas e Energia anunciou nessa semana uma série de iniciativas voltadas ao hidrogênio, como a criação de um Programa de Pesquisa e Desenvolvimento focado exclusivamente para essa fonte, com lançamento previsto para 2022. Além disso, dentro do próximo Plano Decenal de Energia (PDE 2031), o hidrogênio ganhará um destaque adicional, tendo uma seção única para esse energético. A pasta anunciou ainda a criação de uma plataforma online para reunir dados sobre esse mercado emergente, além de um relatório anual que consolidará todas as informações sobre o segmento de hidrogênio no país.
As novidades foram apresentadas durante o Fórum Ministerial do Diálogo em Alto Nível das Nações Unidas (ONU) sobre Energia. No evento online, realizado no final da tarde de ontem (24), o governo brasileiro apresentou seu pacto energético sobre hidrogênio, que visa contribuir para consolidação da economia do H2 no país. “No planejamento de longo prazo brasileiro, o hidrogênio já aparece como uma tecnologia disruptiva, essencial para a economia de baixo carbono. Poderemos produzir de forma altamente competitiva não só o hidrogênio verde [produzido por fontes renováveis], mas também as demais cores da fonte [como o hidrogênio azul, obtido por meio de gás natural]”, afirmou o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Paulo César Magalhães (foto principal).
A assessora especial em assuntos regulatórios do Ministério de Minas e Energia, Agnes da Costa, anunciou durante o evento que o governo estreará um Programa de Pesquisa e Desenvolvimento de Hidrogênio. A iniciativa deve ser lançada no mercado até o final de 2022. A expectativa, segundo Agnes, é que já no ano seguinte o governo possa receber as primeiras propostas de projetos.
Outra mudança de paradigma importante que foi revelada no evento foi apresentada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral. Em um movimento que ressalta como o planejamento do setor energético passará a dar mais importância para o hidrogênio, Barral disse que o próximo Plano Decenal de Energia terá uma seção exclusiva para a fonte. O presidente da EPE explicou que o material trará mais detalhes sobre o tamanho desse mercado hoje e quais são as oportunidades para novos desenvolvimentos e aplicações. O PNE 2031 já está em desenvolvimento nesse momento.
Barral lembrou também que o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, lançado no ano passado, já aponta que o hidrogênio é uma tecnologia disruptiva. O presidente da EPE ainda afirmou que esse energético é um ponto central na jornada brasileira para descarbonização. “Se quisermos ir adiante para alcançar uma eletricidade limpa e descarbonização de setores da economia, o hidrogênio é uma tecnologia chave, mas que ainda não está madura”, ponderou.
O Diretor do Departamento de Desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Carlos Alexandre Pires, anunciou outra novidade durante o evento da ONU – o lançamento de uma plataforma online para congregar os esforços em direção à economia de hidrogênio. Batizada de “Hidrogênio + Brasil”, o novo serviço irá prover informação para cidadãos, companhias e associações a respeito do Programa Nacional de Hidrogênio (que já está sendo construído dentro do governo).
“[A plataforma] vai funcionar como uma máquina do tempo, dando a chance de viajar ao passado, mostrando todas as iniciativas que estão acontecendo no Brasil, abrangendo planejamento, estudos de viabilidade, projetos pilotos e pesquisa & desenvolvimento”, explicou Pires. A coleta de dados e informações que serão inseridas nessa nova ferramenta começará a partir de 2022.
Por fim, o Ministério de Minas e Energia e a EPE também vão publicar um relatório anual apresentando os resultados e progresso da plataforma Hidrogênio + Brasil e de outras iniciativas ligadas ao hidrogênio.
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