GRANDES PROJETOS E BAIXO VALOR DO MINÉRIO DE FERRO DERRUBAM LUCRO DA VALE

A empresa acaba de perder seu diretor financeiro, Tito Martins, mas os números do trimestre não vieram para dar alento à Vale: o lucro líquido caiu 48,28% em relação ao mesmo período do ano passado. Os motivos foram a baixa no preço do minério de ferro, a alta do dólar e o aumento de custos com grandes projetos entrando em vigor.

A receita do segundo trimestre de 2012 foi de R$ 23.910 bilhões, apenas 2,3% abaixo dos R$ 24.481 bilhões do segundo trimestre de 2011. No entanto, o lucro foi abaixo, passando de R$ 10.275 bilhões em 2011 para R$ 5.314 bilhões neste ano.

Com a valorização do dólar, a dívida da companhia subiu muito, já que estava atrelada à moeda americana, e a empresa precisou ajustá-la para o real, o que gerou, segundo a Vale, uma correção de R$ 3,458 bilhões para baixo no lucro.

A queda do valor da tonelada do minério de ferro foi outro fator determinante para os números menos expressivos, já que no segundo trimestre de 2011 estava cotada em US$ 148 e passou para US$ 111 no mesmo período deste ano.

O aumento dos custos veio da entrada em operação de novos projetos da mineradora, além da expansão da produção em alguns empreendimentos já em funcionamento, como em Carajás, no Pará.

Apesar dos números menos atrativos, a produção de minério de ferro da empresa vem aumentando e ficou em 80,542 milhões de toneladas no segundo trimestre, 15,1% maior que no primeiro. A China foi o maior consumidor dos produtos da vale, respondendo por 31,6% das compras.

Recentemente, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira (foto), afirmou que pretende concentrar cada vez mais as atividades da empresa em mineração, saindo de ativos periféricos, como os de petróleo, por exemplo.