GREENPEACE PROTESTA CONTRA O LEILÃO A-6, QUE PREVÊ A CONTRATAÇÃO DE UMA USINA MOVIDA A CARVÃO MINERAL
Acostumados a protestos cênicos e até mesmo espalhafatosos, para chamar a atenção de problemas que é contra, o Greenpeace cumpriu sua tradição no início da manhã desta quarta-feira (29), num protesto realizado por alguns ativistas que fizeram o enterro simbólico do carvão. O protesto pacífico é contra a presença da fonte de energia elétrica mais poluente do mundo no leilão A-6, que o Ministério de Minas e Energia realiza na próxima sexta-feira (31). O protesto foi realizado em frente à termelétrica Presidente Médici, Candiota II, a 400 km de Porto Alegre. Candiota foi escolhida como exemplo, pois concentra as maiores reservas de carvão no país e o maior parque de usinas térmicas, além de ser a região próxima de onde será instalada uma das usinas com possibilidade de contratação no leilão A-6, a UTE Ouro Negro. Dos 59 GW cadastrados, metade (29,5 GW) é de origem fóssil, sendo duas térmicas a carvão, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Com um caixão, uma lápide e a mensagem “Chega de energia suja”, os ativistas pediram o fim do carvão até 2030 para que haja uma transição responsável e realista em direção às fontes renováveis. “A não contratação de novas térmicas a carvão é apenas o primeiro passo para o fim de todas as usinas em operação no Brasil até 2030. Precisamos deixar o carvão no passado para não assombrar nosso futuro”, afirmou Marcelo Laterman, especialista em energia do Greenpeace Brasil.
A contratação de uma nova usina no leilão A-6 assegurará sua operação até 2049 no Brasil. O carvão representa apenas 2,3% da matriz energética brasileira, mas é responsável por 20% das emissões de CO2, segundo o que afirma o Greenpeace. “O governo brasileiro insiste em permitir o crescimento do número de usinas a carvão no país enquanto observamos um movimento global no sentido contrário. Além de causar graves impactos à saúde, ao meio ambiente e ser um dos maiores responsáveis pelas mudanças climáticas, as usinas a carvão também pesam no bolso do brasileiro, na forma de uma conta de luz mais cara”, afirma Laterman.
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