GRUPO HOLANDÊS VAN LEEUWEN MIRA MERCADO BRASILEIRO COM AQUISIÇÃO DA TUBEXPRESS
Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) –
Em janeiro deste ano, a Tubexpress, empresa brasileira especializada em tubos de aço inoxidável, foi comprada pelo grupo holandês Van Leeuwen, com atuação global, também do setor de tubos, que decidiu apostar no mercado nacional. O executivo destacado pelo grupo holandês para ser o diretor da empresa no Brasil é Ernst Altena, que desembarcou no país em fevereiro. Tendo como missão desenvolver uma área de óleo e gás na Tubexpress, Ernst acredita que a experiência quase centenária da multinacional holandesa no segmento credencia o grupo a buscar contratos com empresas como a Petrobrás. A Rio Oil & Gas 2014 contará com um estande da Tubexpress, que pretende usar o evento para marcar posição no mercado sul-americano, cujo potencial é visto como promissor para os negócios da companhia. Em 2013, a Van Leeuwen faturou 700 milhões de euros globalmente e o Brasil deverá figurar como destaque nos planos da empresa daqui pra frente.
Em janeiro deste ano a Van Leeuwen adquiriu a Tubexpress. Quais as expectativas com essa aquisição?
Para nós, a Tubexpress é o primeiro passo no mercado sul-americano, e, consequentemente, no mercado brasileiro. Portanto, pretendemos nos tornar ativos no Brasil, usando a organização já existente da Tubexpress, as sedes de Osasco e São Carlos. Fortalecer a base e crescer no mercado brasileiro e todos os que se conectam à ele. Temos bases em Houston, na Europa, no Canadá, mas essa é nossa primeira aventura na América do Sul.
Como vê o momento do mercado brasileiro?
Os cenários que me são passados pelo mercado são muito distintos. Enquanto alguns falam muito bem, outros falam muito mal. Posso afirmar que é um mercado desafiador, vamos colocar assim. Mas é, acima de tudo, um grande mercado. A Tubexpress é uma companhia pequena, com uma estrutra pequena também, com bons procedimentos, bons meios de trabalho, mas ainda assim pequena. E uma pequena empresa em um grande mercado sempre tem negócios para criar, encontrar, crescer, portanto, nosso primeira abordagem é desenvolver proatividade na empresa e conectar à nossa estrutura global, à experiência que temos no mercado, como óleo e gás, geração de energia. Queremos adicionar essa estrutura da Van Leeuwen à Tubexpress para começar a crescer.
Qual é a estrutura da empresa no Brasil?
A companhia conta com dois depósitos, sendo o principal o de Osasco, próximo à cidade de São Paulo. O de São Carlos é voltado para a indústria do açúcar e álcool. Ele se encontra no meio da região que produz açúcar e álcool, então temos uma equipe de vendas trabalhando especificamente nesse setor. A parte de óleo e gás nós gerimos de Osasco e estamos desenvolvendo nossa presença no Rio de Janeiro, onde a Clever está nos assessorando na posição de agente para nos ajudar nas relações locais e operações offshore, área em que temos experiência de sobra. Contamos atualmente com 60 empregados na distribuição de tubos. Para curto prazo é um bom número, que pretendemos estabilizar, reforçando nossos estoques, desenvolvendo novas experiências e crescendo a partir disso.
A compra de companhias locais é uma estratégia do grupo ou a compra da Tubexpress foi um caso isolado?
Temos essa estratégia. Temos como meta um crescimento autônomo, que se dá através da abertura de escritórios em novos mercados para que cresçamos com ele. Mas quando queremos entrar em um mercado como o brasileiro, pode ser melhor, e com certeza mais rápido, comprar uma estrutura local já existente, com uma rede já consolidada, fornecedores e infra-estrutura.
Teremos em poucos dias a Rio OIl & Gas 2014. Qual a expectativa da Tubexpress com a feira?
Nós teremos um estande e nosso principal objetivo é estabilizar e reforçar nossa relação com nossos clientes e potenciais futuros clientes do segmento de óleo e gás no Rio de Janeiro e no Brasil em geral. Nós queremos usar o evento para apresentar a união Tubexpress/Van Leeuwen, nossa posição no mercado e nos mostrar presentes fisicamente no mercado.
Quais são os principais clientes da Van Leeuwen e da Tubexpress?
A Van Leeuwen tem duas divisões: indústria e energia. Cada uma representa 50% do nosso faturamento, portanto, cuidamos com a mesma importância de ambos os segmentos. Na indústria participamos de obras como construção de estádios e edifícios, por exemplo. Já o setor energético é representado por refinarias e petroquímicas. Neste setor, temos contratos com Shell, ExxonMobil, Chevron e, esperamos que futuramente também a Petrobrás. A Tubexpress conta com diversos grandes clientes no setor sucroalcooleiro, mas estou a pouco tempo na companhia para saber o nome dessas empresas. Óleo e gás é novo para a Tubexpress, mas não para a Van Leeuwen, então queremos agregar rapidamente esse segmento ao faturamento da companhia.
Qual foi o faturamento da Van Leeuwen no último ano? E o da Tubexpress? Qual a perspectiva para esse ano?
A Van Leeuwen teve um faturamento de 700 milhões de euros, enquanto a Tubexpress chegou a 30 milhões de reais. Nós pretendemos estabilizar as receitas esse ano e crescer nos próximos anos. Isso tanto para a Tubexpress quanto para o grupo Van Leeuwen. A Van Leeuwen é uma empresa familiar e não necessariamente segue a mesma busca desenfreada do mercado por lucro para ser dividido entre acionistas.
O mercado sul-americano representa quanto dessa receita? A compra da Tubexpress é um indicativo da vontade de aumentar os números com esse mercado?
Hoje em dia uma fatia muito pequena vem do mercado sul-americano, mas não tenho os números no momento. Não é possível prever algo como números para daqui a dez anos, não trabalhamos desta maneira. O importante é compreender o mercado e crescer com ele, aproveitando o desenvolvimento brasileiro. Queremos sim que a América do Sul passe a ser uma parte significante de nossa receita.
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