ESTADOS UNIDOS ABATEM DRONE IRANIANO DEPOIS DO IRÃ INTERCEPTAR NAVIO-TANQUE NO ESTREITO DE ORMUZ
A crise no Golfo Pérsico vai ganhando dimensões de drama e incerteza absoluta. Hoje (18), o Irã informou que reteve um navio-tanque estrangeiro e toda tripulação com acusações de prática de contrabando de combustível. A região se encontra sob alta tensão há dois meses, depois de vários eventos contra petroleiros que trafegavam pelo Estreito de Ormuz palco de mais de 60% do tráfego de petróleo no mundo. O comunicado iraniano diz que “Uma embarcação estrangeira contrabandeando 1 milhão de litros de combustível foi apreendida.” O navio-tanque foi retido no domingo(14) ao sul da ilha de Larak.
A retenção do navio aconteceu dois dias depois das declarações do líder supremo iraniano, Aitolá Ali Khamenei dizer o Irã responderia “na hora e no lugar oportunos” à intercepção, em 4 de julho, de um petroleiro iraniano pela Maringa inglesa, no Estreito de Gilbratar. A Guarda Revolucionária Iraniana não revelou a nacionalidade do navio e nem de sua tripulação. Disse apenas que “Esse navio com capacidade de dois milhões de barris e com 12 membros de tripulação a bordo se dirigia para entregar combustível de contrabando de navios iranianos.”
E para piorar ainda mais a situação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse também nesta quinta-feira, que os americanos destruíram um drone do Irã no Estreito de Ormuz. Segundo Trump, um navio americano abateu o drone depois de ele voar a perto demais da embarcação. O presidente pediu que outros países condenem as agressões iranianas e protejam seus navios: “O USS Boxer tomou uma ação defensiva contra um drone iraniano que chegou a uma distância muito, muito próxima, de aproximadamente 915 metros. O drone foi destruído imediatamente.”
O navio-tanque, segundo a organização Tanker Trackers, especializada no acompanhamento das cargas de petróleo, indicou que o navio-tanque de bandeira panamenha “Riah” havia entrado nas águas iranianas em 14 de julho. O “Riah” costuma passar pelo Estreito de Ormuz para abastecer outros navios. O sinal do sistema automático de identificação do petroleiro foi interrompido naquele momento. A última posição conhecida do “Riah” foi na costa da ilha de Qeshm, situada a menos de seis milhas náuticas a oeste de Larak.
A região do Golfo e do Estreito de Ormuz, encontra-se no centro de intensas disputas geopolíticas há mais de dois meses. A razão é a escalada de tensão entre Irã e Estados Unidos. Os americanos reforçaram a presença militar na região, com base no que acreditam ser “ameaças iranianas contra interesses americanos.” Alimentada pela questão nuclear iraniana, a escalada entre os dois países atingiu seu ápice em 20 de junho, quando o Irã derrubou um Drone militar americano. Nesta quinta-feira (18), o chefe do Comando Central americano, Kenneth McKenzie, falou em agir energicamente para garantir a segurança do transporte marítimo no Golfo, durante uma visita a uma base aérea perto de Riad, capital da Arábia Saudita. O Ministério britânico da Defesa disse estar pronto para enviar um terceiro navio de guerra para o Golfo. Mas disse se tratar de um “deslocamento de rotina”, sem relação com as tensões na região.
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