HIRSA ADOTA PROGRAMA DE COMPLIANCE E BUSCA EXPANDIR SERVIÇOS DE MEDIÇÃO PARA OUTRAS ÁREAS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

A Hirsa já se consolidou como uma das principais empresas da área de metrologia no Brasil, com forte atuação no setor de óleo e gás, e agora seguiu um caminho que passou a ser um degrau importante para o segmento no Brasil: adotou um programa de compliance. O diretor de operações da Hirsa, Matheus Freitas, conta que fecharam uma parceria com a empresa Bra Certificadora para avaliar os processos e procedimentos de acordo com parâmetros internacionais e revela que o modelo adotado pela companhia será apresentado com destaque na Arena de Compliance promovida pelo IBP na próxima edição da Rio Oil and Gas, em outubro deste ano.

Além disso, o executivo conta que a empresa tem contratos de medição para 21 plataformas em atuação no mercado offshore e onshore brasileiro atualmente, ressaltando que recentemente conseguiram bons contratos na área de gás natural e já buscam expandir os serviços de medição e controle para outros segmentos, adotando modelos de negócio específicos para cada área a ser buscada. “Além disso, estamos desenvolvendo sólidas parcerias junto a centros de pesquisa e desenvolvimento de excelência na área de Óleo e Gás e de outros mercados”, diz.

Quais os principais contratos da Hirsa atualmente?

A Hirsa possui contratos firmados com as principais empresas de E&P, operação, transporte e fornecimento do setor de Óleo e Gás no Brasil. Estes principais contratos englobam prestação de serviços de gestão metrológica, assistência técnica e calibrações dos sistemas de medição em conformidade com o regulamento técnico de medições (RTM) da ANP, em 21 plataformas marítimas distribuídas em cinco bacias e nos principais campos e bases terrestres tal como: BA, SE, RN, CE, MA, SP, MS, PR e SC. 

Como avalia o momento do mercado de metrologia no Brasil?

Em um processo produtivo, sem a devida comprovação metrológica, não há como garantir a confiabilidade dos sistemas, produtos e serviços. Com a situação do mercado atual, as empresas estão sendo submetidas a grandes pressões comerciais e técnicas, sejam de clientes internos ou externos, de seus concorrentes ou órgãos reguladores. Desta forma, qualquer tipo de falha metrológica no processo refletirá em impactos negativos, tal como no aspecto econômico, com desperdícios e custos altos, além de baixa qualidade e tendo reflexo direto na credibilidade e participação de mercado das empresas. 

Uma vez que o diferencial competitivo está atrelado ao valor agregado ao produto ou serviço, e neste caso a competência técnica e confiabilidade são fundamentais, pode-se dizer que a gestão metrológica é cada vez mais necessária nos processos produtivos. 

Qual o planejamento da Hirsa para este e para os próximos anos?

Continuar investindo em excelência na manutenção e aquisição de ativos, em novas certificações e principalmente na retenção e contratação e talentos.

Como resultado, esperamos ampliar o número de contratos em carteira e também estender para outros mercados e áreas da indústria (além de Óleo e Gás) o serviço de gestão metrológica, obviamente adaptando o modelo de negócio às necessidades de cada cliente.

As novas certificações obtidas após as mudanças de exigência da ANP* geraram novos negócios para a empresa? Quais?

Sim. Conquistamos novos clientes, operadoras na área de E&P, e estamos crescendo bastante no mercado de distribuição de Gás Natural, que também  é regulamentado, firmando contratos junto a importantes operadoras do mercado. Além disso, estamos desenvolvendo sólidas parcerias junto a centros de pesquisa e desenvolvimento de excelência na área de Óleo e Gás e de outros mercados, que, apesar de não terem obrigatoriedade de atender à regulamentação, estão vendo no nosso sistema de gestão metrológica uma excelente alternativa para desenvolver seus sistemas e manter os altos padrões de qualidade de seus laboratórios.

Como isso afetou o mercado?

As empresas que quiseram continuar neste mercado tiveram que correr atrás e investir pesado para atender às exigências legais e contratuais para continuarem aptas a prestar serviços de calibração acreditada e a gestão metrológica. No nosso entendimento, houve um nivelamento por cima, o que é bom para todos.

Há novas mudanças similares previstas no horizonte?

Em função do momento atual do Brasil, onde a corrupção e a conduta inapropriada de alguns agentes públicos e privados expuseram uma realidade conhecida, entendemos que o próximo passo do mercado será exigir dos seus participantes um programa/sistema de compliance que incorpore as boas práticas internacionais e esteja alinhado com as iniciativas que já vem há alguns anos regendo a prática de negócios no mundo, a exemplo do Fatca, ACA (The American Anti – Corruption Act), entre outros.

Neste sentido, a Hirsa firmou uma grande parceria com a empresa BRA Certificadora, para apoiar e adotar o seu programa de certificação de anticorrupção que inclusive será apresentado e amplamente debatido na Arena de Compliance promovida pelo IBP na próxima edição da Rio Oil and Gas, em outubro deste ano.

Como o aumento da participação privada na indústria de óleo e gás brasileira deve afetar os negócios?

Por um lado, a divisão de fornecimento de equipamentos pode não sofrer um incremento substancial se o critério de conteúdo nacional não for devidamente exigido, principalmente se grupos internacionais aumentarem a participação neste mercado e decidirem por priorizar o uso de tecnologia estrangeira adquirida no exterior. Por outro lado, a divisão de serviços deve crescer em função da demanda local, principalmente para os serviços especializados de atendimento às exigências da ANP que têm particularidades muito específicas.

Quais as expectativas da Hirsa com essas mudanças?

Crescer ainda mais a divisão de serviços e atender as demandas do mercado. 

*A partir de dezembro de 2015, passou a ser obrigatória a certificação NBR ISO 17025 para todos os laboratórios de medição do setor de óleo e gás.