HONEYWELL AMPLIA INTERESSE PELO MERCADO BRASILEIRO DE COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS APÓS CONTRATOS COM PETROBRÁS E ACELEN | Petronotícias




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HONEYWELL AMPLIA INTERESSE PELO MERCADO BRASILEIRO DE COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS APÓS CONTRATOS COM PETROBRÁS E ACELEN

Leon-Melli-3A Honeywell está ganhando mais espaço no mercado de refino brasileiro. Conforme noticiamos, a empresa foi escolhida pela Petrobrás para fornecer uma tecnologia que será usada na produção de diesel 100% renovável (HVO) e bioquerosene de aviação na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP). Além disso, a Honeywell também fechou um acordo com a Acelen para fornecer uma solução que será empregada para produzir HVO (diesel renovável) e SAF (combustível sustentável de aviação) em uma biorrefinaria que será construída na Bahia. A rota tecnológica escolhida para as refinarias utiliza uma variedade de óleos e gorduras de fontes renováveis para a produção de biocombustíveis. Em entrevista ao Petronotícias, o diretor de vendas da Honeywell UOP, Leon Melli, destacou que a empresa já alcançou o número de 50 licenças para o uso de suas tecnologias de produção de combustíveis renováveis em escala global. Ele enxerga que o Brasil é um mercado com grandes oportunidades nesse segmento de negócio. “O Brasil possui um enorme potencial para assumir uma posição de liderança no mercado de biocombustíveis. Realmente, acreditamos que muitas bases para isso estão colocadas, faltando apenas algumas, como um maior incentivo do ponto de vista das políticas governamentais, para que essa transição ocorra de maneira ainda mais acelerada”, avaliou.

Qual a importância desses contratos para a empresa?

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão

Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão

Ambos os contratos, tanto da Acelen quanto da Petrobrás, são altamente relevantes para a Honeywell. Com esses anúncios, a Honeywell alcança 50 licenças para o uso de suas tecnologias de produção de combustíveis renováveis em escala global.

Entendemos que esses anúncios reforçam o compromisso da Honeywell em contribuir com tecnologias sustentáveis para o desenvolvimento de biocombustíveis avançados no Brasil. Há uma demanda crescente por esses combustíveis no mundo, e esses anúncios também destacam que as companhias brasileiras estão seguindo nessa direção, produzindo produtos com baixa emissão de carbono.

Poderia relembrar aos nossos leitores alguns detalhes da tecnologia da Honeywell que será usada nas refinarias?

Quanto à tecnologia em si, nosso processo Ecofining foi projetado para converter óleos, gorduras e resíduos gordurosos em produtos de alto valor agregado, como diesel renovável e SAF (combustível sustentável de aviação). Das 50 licenças para o uso de nossas tecnologias de produção de combustíveis renováveis, oito dessas unidades já estão em operação, e mais de 40 serão colocadas em operação até 2030.

Qual a importância do mercado brasileiro de refino para a Honeywell?

O Brasil tem todo o potencial para se tornar um ator estratégico global de primeira linha na produção de biocombustíveis avançados. O país possui um histórico de sucesso na produção de biocombustíveis, como etanol e biodiesel, uma cadeia de valor bem estabelecida e está bem posicionado para desempenhar um papel de liderança na nova fase dos biocombustíveis avançados. A Honeywell se orgulha de participar ativamente dessa transição, fornecendo tecnologias para dois projetos pioneiros da Petrobras e da Acelen, que marcam uma nova era no mercado brasileiro de biocombustíveis.

Quais são as principais vantagens e ganhos oferecidos pela tecnologia?

Refinaria de Mataripe, da Acelen

Refinaria de Mataripe, da Acelen

Existem várias rotas comercialmente viáveis para a produção de biocombustíveis avançados. O Ecofining, em particular, utiliza uma variedade de óleos e gorduras de fontes renováveis para a produção de biocombustíveis. Entre as matérias-primas usadas nesse processo estão o óleo de soja, o óleo de canola, o óleo de macaúba, entre outros, além de resíduos de gordura bovina ou óleos de fritura usados. Esse processo envolve a purificação da matéria-prima, a hidrogenação e, se necessário, a hidroisomerização dessas correntes. Ao utilizar matérias-primas de origem renovável, a pegada de carbono do processo é geralmente reduzida em até 80% em comparação com a mesma matéria-prima de origem fóssil.

Poderia explicar quais são os próximos passos para a implantação dessa tecnologia na RPBC?

O cronograma de desenvolvimento dos projetos é de responsabilidade de cada uma das empresas envolvidas. A Honeywell estará presente em todas as etapas do projeto, fornecendo todas as informações, equipamentos, catalisadores e tudo o que for necessário para garantir que os projetos ocorram conforme o cronograma estabelecido por cada uma das empresas. Estamos prontos para oferecer suporte em tempo integral tanto à Petrobras quanto à Acelen.

Qual o papel do Brasil na produção de biocombustíveis? 

headquarters exterior article bannerComo é de conhecimento do mercado, a Honeywell anunciou recentemente uma reestruturação, focando em três verticais muito bem definidas: aeroespacial, automação e transição energética. Nestes três setores, a companhia enxerga um grande potencial de desenvolvimento dentro do Brasil. A Honeywell acompanha de perto o desenvolvimento do Brasil com muito interesse e se orgulha de participar ativamente desses segmentos no país. Estaremos sempre atentos e à disposição para acompanhar o crescimento em todos eles.

É importante destacar o compromisso da Honeywell com a transição energética. O Brasil possui um enorme potencial para assumir uma posição de liderança no mercado de biocombustíveis. Realmente, acreditamos que muitas bases para isso estão colocadas, faltando apenas algumas, como um maior incentivo do ponto de vista das políticas governamentais, para que essa transição ocorra de maneira ainda mais acelerada.

Nós temos exemplos muito positivos vindo da Europa e dos Estados Unidos, onde a implementação de políticas mais agressivas de incentivo tem efetivamente transformado o mercado de combustíveis de maneira determinante. A Europa, desde que implementou suas primeiras diretrizes para impulsionar o mercado de biocombustíveis, viu praticamente dobrar o percentual de biocombustíveis em sua matriz energética. Enquanto isso, o Brasil, que sempre teve um histórico muito positivo de utilização de biocombustíveis em sua matriz, manteve praticamente constante o seu percentual.

Entendemos, portanto, que é importante que a legislação vigente seja atualizada para fornecer mais incentivos e um apoio cada vez maior ao setor produtivo que efetivamente tem interesse em migrar para fontes renováveis.

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