HONEYWELL CONQUISTOU IMPORTANTES NEGÓCIOS EM 2024 E AFIRMA TER GRANDES PLANOS PARA SUA ATUAÇÃO NO BRASIL EM 2025
Entramos hoje (9) na segunda semana da nossa série especial Perspectivas 2025, na qual ouvimos diferentes executivos de diversos segmentos da economia para falar do ambiente de negócios atual e das projeções para o futuro. Nesta segunda-feira, o nosso entrevistado será o CEO da Honeywell para a América Latina, José Fernandes, que comenta um pouco dos avanços obtidos pela companhia no Brasil em 2024. Como já noticiado aqui no Petronotícias, a empresa fechou importantes contratos para fornecimento de tecnologia para produção de combustível sustentável de aviação (SAF) nas refinarias de Mataripe e Cubatão. Além disso, na aviação, a Eve Air Mobility escolheu soluções da Honeywell para seu eVTOL. Já na área de automação, a empresa firmou uma parceria com o Google Cloud para integrar IA às operações industriais. “O ano de 2024 marcou nossa reafirmação em entregar crescimento diferenciado aos clientes e parceiros, pavimentando um caminho de crescimento sólido para 2025”, afirmou o executivo. Olhando para o futuro, Fernandes conta que a Honeywell tem “grandes planos” para sua atuação no Brasil e que “2025 irá consolidar a ampliação dos contratos no país e na América Latina”. Por fim, o entrevistado afirma que avanços regulatórios e incentivos tributários serão essenciais para atrair investimentos, e cita que o o Brasil tem características únicas que o posicionam como um protagonista no setor de energia sustentável.
Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu segmento de atuação?
Iniciamos o ano já com dois grandes anúncios de produção de SAF no Brasil com a tecnologia da Honeywell sendo utilizada pela Acelen Renováveis e pela Petrobras na Refinaria de Presidente Bernardes em Cubatão. Além da transição energética, outros pilares da atuação da Honeywell são a automação e o futuro da aviação, que também renderam ótimos resultados.
Na área de aviação, tivemos o anúncio de que a Eve Air Mobility (Eve), da Embraer, selecionou as soluções de navegação, sensores e iluminação da Honeywell para seu eVTOL. No que diz respeito a automação, realizamos uma parceria inédita com o Google Cloud para conectar agentes de Inteligência Artificial (IA) e acelerar operações mais seguras e autônomas para o setor industrial. Cito estas duas conquistas de cada área como um breve exemplo para contextualizar porque ambos os casos direcionam para panoramas de maior eficiência e redução de emissões.
Ou seja, muita coisa se conecta com o mesmo propósito da transição energética, que deve ampliar sua influência nas tomadas de decisões em diferentes setores. Estas três áreas fazem parte do que passamos a chamar neste ano na Honeywell de “megatendências”, porque são setores extremamente relevantes para a economia global e que devem ter um impulsionamento de investimentos nos próximos anos.
O ano de 2024 marcou nossa reafirmação em entregar crescimento diferenciado aos clientes e parceiros, pavimentando um caminho de crescimento sólido para 2025.
Se fosse consultado, quais seriam suas sugestões para melhorar o ambiente de negócios no seu setor?
As recentes iniciativas nas esferas governamentais, como a sanção da Lei dos Combustíveis do Futuro, e de diversas companhias no Brasil e no mundo demonstram como estamos evoluindo com passos cruciais rumo à transição energética. A sanção representa um marco significativo e constitui uma etapa inicial, embora modesta. Com ela, começamos a estabelecer um mercado e a incentivar o crescimento dessa indústria, algo semelhante ao que ocorreu anteriormente com o etanol.
Ainda, enxergamos que, do ponto de vista regulatório, o governo brasileiro precisa avançar um pouco mais. A Lei dos Combustíveis do Futuro foi um grande primeiro passo, mas não pode parar por aí. Hoje, somos exportadores de matéria-prima, de commodities, mas temos a oportunidade de nos tornarmos produtores de alternativas ligadas à transição energética, como biocombustíveis avançados, e podemos ser exportadores desse material, elevando o valor agregado gerando assim mais empregos no país e uma maior arrecadação.
É preciso que as autoridades façam as devidas concessões tributárias para que as empresas possam investir. A ideia é que o governo seja um indutor destes primeiros financiamentos. Uma vez que os investimentos públicos são iniciados, ele atrai investimentos privados para que gerem valor agregado e que perdure por décadas. Nosso país tem recursos eficientes e diversos, o que precisamos é do investimento certo para ajudar a explorar todo o potencial, contribuindo para que ele esteja na vanguarda do mercado verde.
Dito isto, temos mostrado nossa crença no Brasil como um potencial líder global em descarbonização, incentivando a produção de energia limpa. Os movimentos recentes da Honeywell vão além dos ganhos ambientais, trazendo também benefícios para a confiabilidade dos investidores e destacando o Brasil como um local promissor para investimentos. O país está em uma posição privilegiada para se tornar uma potência no setor, dado o seu potencial de fontes de energia renovável para a produção de hidrogênio verde – que claro, também poderá ser exportado. Estamos bem-posicionados para apoiar o Brasil e nossos clientes nessa jornada, seja em SAF, hidrogênio limpo, captura de carbono ou redução de emissões.
A seu ver, de que forma os recentes acontecimentos no cenário político internacional podem influenciar os negócios no Brasil?
O cenário político internacional mostra diariamente como estamos conectados e, além de o Brasil ter que garantir internamente equilíbrio econômico e político, há sempre a possibilidade de que fatores externos impactem os negócios no país, sobretudo em setores estratégicos como o da transição energética. Além disso, essas influências podem se manifestar tanto em desafios quanto em oportunidades para diferentes contextos.
As metas de redução de emissões em fóruns globais podem reforçar a importância de mercados emergentes adotarem soluções cada vez mais sustentáveis. Isso pode criar uma pressão positiva para que o Brasil acelere investimentos em infraestrutura de energia limpa e crie condições mais favoráveis para inovação no setor.
Fatores externos, como crises geopolíticas ou instabilidades em grandes economias, podem afetar fluxos de capital estrangeiro e a disponibilidade de investimentos no Brasil. Isso também é uma bússola para que as empresas brasileiras, especialmente as que atuam na transição energética, desenvolvam estratégias resilientes e aumentem a eficiência operacional para continuar competitivas.
É importante notar que, apesar das turbulências externas, o Brasil tem características únicas que o posicionam como um protagonista no setor de energia sustentável: abundância de recursos naturais, expertise em biocombustíveis e energia renovável, e uma crescente demanda interna por soluções energéticas mais limpas.
Por fim, quais são as perspectivas de sua empresa para o ano de 2025?
Temos grandes planos para nossa atuação no Brasil e 2025 irá consolidar a ampliação dos nossos contratos no país e na América Latina. Em breve devemos realizar anúncios de expansão e inauguração de parcerias em diferentes segmentos.
A Honeywell também é uma das companhias que mais investe em Pesquisa e Desenvolvimento. Atualmente, o índice de investimento é de 4% a 5% da receita de vendas que são destinadas a P&D. Dois terços dos investimentos globais da Honeywell em pesquisa e desenvolvimento estão sendo direcionadas ao segmento de renováveis. Ou seja, a inovação está em nossa base e todos os futuros anúncios terão esse DNA.
Estamos cientes de que desafios continuarão surgindo, mas estamos prontos para enfrentá-los com estratégia, resiliência e inovação.
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