HRT AMPLIA O PERÍODO DE EXPLORAÇÃO NO SOLIMÕES E ENCONTRA NOVOS DESAFIOS NO SETOR DE GÁS NATURAL | Petronotícias




faixa - nao remover

HRT AMPLIA O PERÍODO DE EXPLORAÇÃO NO SOLIMÕES E ENCONTRA NOVOS DESAFIOS NO SETOR DE GÁS NATURAL

Depois que a ANP concedeu extensão de dois anos para o segundo período de exploração de nove blocos na Bacia do Solimões, a HRT Participações teve a empresa mais valorizada no mercado e já se prepara para perfurar mais poços num futuro breve. A empresa, que aguarda a aprovação pela ANP da venda de 45% de participação nos blocos para a TNK-BP, é operadora de blocos exploratórios no Amazonas e também na Namíbia, costa oeste da África. A HRT tem  grande potencial para exploração e produção de óleo e gás natural,  com um portfólio de ativos composto por blocos que totalizam 75.425 km² em bacias sedimentares onshore no Brasil e offshore na Namíbia.  O novo presidente da HRT Oil & Gas, Milton Franke (foto), que substituiu Márcio Mello,  agora na presidência da holding, conversou com repórter Estephano Sant’Anna sobre o panorama do gás natural no Brasil e como a HRT se posiciona diante dos desafios impostos.

Como a HRT definiria o panorama geral do gás natural no Brasil?

Em âmbito mundial, observa-se um acelerado crescimento do potencial de suprimento de gás natural, particularmente de fontes não convencionais, e o desenvolvimento de novas tecnologias de transporte e utilização do gás em diferentes escalas. O gás natural tende a aumentar sua participação na matriz energética nacional. Pelo lado da oferta, novas descobertas comprovam o potencial das reservas nacionais, tais como: Bacia de Solimões, Bacia do Parnaíba, Bacia do São Francisco e todo o pré-sal. Além da oferta nacional, novas plantas de liquefação possibilitam a diversificação da oferta provinda de diversos países. No lado da demanda, o gás natural sempre se caracterizou por agregar mais valor aos produtos que o utilizam como matéria prima ou fonte de calor. Apenas dois exemplos, de acordo com o plano decenal de energia da EPE, a demanda total de energia do País crescerá 60% nos próximos 10 anos. No mercado de fertilizantes hidrogenados, o Brasil importa cerca de 50% da demanda de uréia. Adicionalmente, temos a demanda forte pelo setor industrial, outros produtos gás-químico, residencial e etc. 

E na África?

Novas tecnologias de transporte de gás através do gás liquefeito (GNL) ou gás comprimido (GNC) devem ampliar o potencial de suprimento de gás oriundo das áreas offshore da costa oeste da África.

Como estão os resultados na Bacia de Solimões?

Nossos resultados foram significativos, uma vez que descobertas de gás e condensado foram confirmados em quatro poços recentemente perfurados. A Bacia de Solimões é uma bacia muito peculiar e desafiadora em questões ambientais e logísticas, porém com um elevado potencial de recursos gaseíferos.  

O compartilhamento de faixa de servidão de dutos é a melhor medida para alavancar a utilização do gás natural no país?

Não classificaria nenhuma medida sendo a melhor. O que é necessário é um conjunto de medidas para promover o desenvolvimento da indústria com redução de custos e maior competitividade.

Quais as possibilidades de mudanças na regulamentação, favorecendo a infraestrutura de transporte do gás natural? Depende de quem?

Penso que não sejam necessárias mudanças no marco regulatório, apenas o aprimoramento do existente. Para isso, o Ministério de Minas e Energia, responsável pela formulação de políticas do setor energético deve atuar em conjunto com a EPE e ANP no que se refere à infraestrutura de transporte, o Congresso Nacional aprovar as medidas propostas e os agentes provocarem esse aprimoramento para o desenvolvimento da indústria. A atividade de transporte já passou a ser concessão pública precedida de chamada pública, com isso, todo processo da atividade ficou mais transparente e com formulação de tarifas determinadas pelo próprio mercado. Porém, ainda existem algumas lacunas a serem preenchidas, tais como: interconexão de dutos, política de preços, compartilhamento de infraestruturas entre outros.

Como a HRT trabalha para minimizar os impactos ambientais de suas operações?

Todas as atividades da HRT são devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente, no caso da Bacia do Solimões, o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IPAAM. O processo de licenciamento ambiental é iniciado com reconhecimento da área onde serão realizadas as atividades, identificando todas as espécies existentes, processo este chamado de inventário florístico. Este levantamento servirá como base para a recomposição da área ao final das atividades. Durante as atividades, é colocado em pratica o Programa de Gerenciamento de Resíduos, Efluentes e Emissões, de forma a minimizar estes que são os principais impactos causados.

Qual a importância do gás natural para o setor industrial brasileiro e o seu peso no aumento da competitividade do país?

O recente estudo feito pela Firjan constatou que o preço do gás natural no Brasil é significativamente superior ao de seus concorrentes industriais. Segundo o estudo, considerando somente o custo da parcela variável, ou commodity, a margem da distribuidora e os tributos brasileiros já são superiores às tarifas finais dos países dos BRICs, EUA e Canadá. A parcela variável, representa 43,3% da tarifa final do gás natural para a indústria, os impostos representam 22,1% e a margem da distribuidora 15,8%. Uma maior competitividade implicaria na reformulação, regulação e incentivos dessas tarifas.

Quais os meios de incentivar a entrada de novos players no setor?

É fundamental que as resoluções do CNPE – Conselho Nacional de Política Energética –  sejam implementadas, ou seja, novas licitações de blocos exploratórios aconteçam. Atualmente, a única forma de entrada de novos agentes é através de compras de participações em blocos já licitados.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of