HYDRO REIN ACREDITA QUE O BRASIL PODE LIDERAR A TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E PREVÊ NOVAS USINAS SOLAR E EÓLICA PARA 2024
Como já é uma tradição do jornalismo do Petronotícias, em todo final de ano, buscamos ouvir os mais importantes empresários, CEOs e presidentes das companhias que atuam no Brasil para fazer um balanço do que foi o ano em curso e as perspectivas para o ano seguinte. E este ano, novamente, vamos abrir este projeto com o pé direito, ouvindo a head de uma das empresas mais atuantes no setor de energia, a norueguesa Hydro Rein Brasil, Marcela Jacob. A empresa atua no país oferecendo soluções de energia renovável para indústrias mais sustentáveis, fornecendo soluções de energia renovável. A empresa possui atualmente um portfólio diversificado de 26 projetos de energia renovável em desenvolvimento nos principais mercados dos países nórdicos e do Brasil. Marcela é uma especialista neste tema e nos revela agora a atuação da companhia este ano:
– Como foi o ano de 2023 para sua empresa no seu segmento de negócios?
O ano foi pautado pela transição energética, que se consolida, cada vez mais, como um valor da sociedade e uma demanda global. Como parte das estratégias adotadas nesse sentido, as grandes indústrias vêm buscando mais intensamente a sua descarbonização. Para isso, a mudança da matriz energética tem um papel essencial, com destaque para as energias renováveis. Esse fator consolida a missão da Hydro REIN, braço de energias renováveis da Hydro, especializado em oferecer soluções mais sustentáveis para as indústrias por meio da geração de energia eólica e solar.
Nesse contexto, mesmo com os desafios do ano de 2023, relacionados ao cenário mundial de inflação e juros altos e, no Brasil especificamente, aos baixos preços de energia no mercado de curto prazo, conseguimos nos destacar. Atualmente, estamos com três projetos de energias renováveis em construção no país, com cerca de cerca de 1.4GW de potência instalada: Boa Sorte (solar), Ventos de São Zacarias (híbrido solar e eólico) e Mendubim (solar).
– Que sugestões gostaria de passar para o governo ou para o mercado com o objetivo de melhorar as condições de negócios no Brasil?
O Brasil tem todas as condições de liderar o processo de transição energética, por dispor de várias formas de energia limpa em sua matriz. Já somos um dos países mais sustentáveis na produção de energia e nossa média de uso de energia limpa, sobretudo a hidrelétrica, supera em larga escala o consumo mundial, que ainda é muito focado no uso de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão.
Além disso, o mercado brasileiro tem um dos maiores e melhores potenciais do mundo para energias renováveis (solar e eólico). Sabemos que o país precisa zelar pela estabilidade e clareza regulatória, de maneira a contribuir para a atração de investimentos para conseguirmos explorar esse potencial. Acredito que estamos no caminho certo e, cada vez mais, o Brasil vai se consolidar como um exemplo de matriz energética sustentável. Entendemos que o Governo acerta ao adotar uma visão de neutralidade tecnológica nas suas políticas energéticas, pois assim o próprio mercado, com suas análises técnico e econômicas, consegue oferecer aos consumidores as soluções mais eficientes.
Nesse ponto, vale destacar o programa de neoindustrialização do Brasil, que visa a resgatar a competitividade da indústria brasileira. Há um amplo entendimento de que um mercado de energia elétrica eficiente certamente irá contribuir para a retomada industrial, assim como para o aumento da demanda energética desse setor. O fato de que o país produz energia limpa e com preço competitivo é um grande diferencial para a atração de novas empresas. Além disso, a eletrificação da matriz energética da indústria brasileira vai ao encontro da descarbonização e redução da pegada de carbono dos produtos produzidos no país.
– Quais são as suas perspectivas de negócios do seu segmento para este novo ano que está para começar e quais as perspectivas da nossa economia para o ano vem?
Para 2024, esperamos seguir na nossa trajetória de crescimento. Em relação aos desafios nos últimos anos, a expectativa é de melhora, principalmente em itens como redução da taxa de juros e diminuição do Capex para construção de usinas solares e eólicas. Em um novo cenário, o potencial brasileiro em relação à produção de energias renováveis deve ser ainda mais alavancado.
Também esperamos um ano de intensos debates sobre o futuro do setor elétrico, com ampla participação dos agentes. Os diversos segmentos da cadeia do setor já identificaram essa necessidade de formação de consensos através de uma reflexão a ser realizada sobre como atrair investimentos e estimular o aumento de demanda de maneira sustentável e eficiente.
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