IBM APOSTA EM NANOTECNOLOGIA PARA AUMENTAR RECUPERAÇÃO DE ÓLEO EM RESERVATÓRIOS | Petronotícias




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IBM APOSTA EM NANOTECNOLOGIA PARA AUMENTAR RECUPERAÇÃO DE ÓLEO EM RESERVATÓRIOS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

IMG_2826A nanotecnologia é vista como uma ponte para a inovação e o setor de óleo e gás mundial pode tirar muitos proveitos a partir dela. Segundo o gerente de Ciência e Tecnologia para Soluções Industriais do Laboratório de Pesquisa da IBM Brasil, Mathias Steiner, a indústria pode aumentar, e muito, a escala de recuperação de óleo em reservatórios ao usar a nanotecnologia. O executivo afirma que, atualmente, mais de 60% do óleo de um poço não é aproveitado por estar em  capilares em nanoescala de reservatórios de xisto. “Com simulações de fluxo de óleo melhoradas em nanociência e design de materiais, a indústria poderia prever melhor e planejar a extração de óleo de um reservatório“, afirmou. Steiner também explicou como funciona a parceria firmada entre a empresa e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e ainda revela que a IBM está atenta a novas oportunidades de colaboração. “Estamos sempre à procura de parceiros na indústria e na academia para impulsionar a nanotecnologia e iniciativas de nanociência para o setor de petróleo e gás“, concluiu.

Quais são as principais aplicações da nanotecnologia na indústria de petróleo e gás atualmente?

As principais aplicações hoje estão relacionadas com o uso de nanomateriais no processo de produção de petróleo. Estamos vendo agora uma crescente demanda por modelos de física em nanoescala e dispositivos de teste experimental que têm potencial para avançar significativamente as tecnologias de exploração e produção atualmente utilizadas pela indústria.

Quais são as mudanças no setor de petróleo e gás que podem acontecer no futuro com o uso da nanotecnologia?

A nanotecnologia é importante para ajudar as empresas de petróleo e gás a recuperar mais do petróleo preso em seus reservatórios. Hoje, 60% ou mais do óleo de um poço está sendo deixado para trás, por exemplo, nos capilares em nanoescala de reservatórios de xisto. Com simulações de fluxo de óleo melhoradas em nanociência e design de materiais, a indústria poderia prever melhor e planejar a extração de óleo de um reservatório. Apenas um aumento de produção de 1%, usando os resultados da pesquisa em nanociência e nanotecnologia, significaria quase um milhão de barris de óleo adicional disponível a cada dia, em todo o mundo.

Quais são os principais projetos em andamento da parceria entre a UFMG e a IBM?

A colaboração de pesquisa entre a UFMG e a IBM está focada no desenvolvimento de novos métodos experimentais para investigar a interação física entre líquidos e sólidos na escala nanométrica. Esta pesquisa é importante, pois a aderência de líquidos (como óleo) em superfícies sólidas (como a rocha) muda drasticamente à medida que os volumes de partículas encolhem. Após o desenvolvimento das fundamentações científicas, a colaboração também examinará as potenciais aplicações tecnológicas dos resultados científicos na recuperação dos recursos naturais.

Poderia explicar como a nanotecnologia pode aumentar a produtividade nos campos de petróleo e gás?

Esperamos por aprimoramentos de produção com base na seleção assistida por computador, design e teste de materiais funcionais que são otimizados para as condições físicas e químicas de um reservatório específico. Esses materiais podem ser examinados pela primeira vez em laboratório, reduzindo os riscos associados a testes de campo onerosos. Os materiais funcionais serão então utilizados no processo de produção para melhorar a recuperação de óleo do reservatório.

Há obstáculos no Brasil para o desenvolvimento de pesquisas envolvendo nanotecnologia?

Para ter sucesso, é importante vincular a pesquisa acadêmica e industrial e considerar as realidades tecnológicas e econômicas na exploração e produção de petróleo e gás.

Além da parceria com a UFMG, a IBM tem planos para outras iniciativas de nanotecnologia em Petróleo e Gás?

Estamos sempre à procura de parceiros na indústria e na academia para impulsionar a nanotecnologia e iniciativas de nanociência para o setor de petróleo e gás. É importante estabelecer um ecossistema produtivo que permita a pesquisa e o desenvolvimento colaborativo, envolvendo tanto o meio acadêmico quanto a indústria.

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