IMC SASTE ESTUDA ENTRAR NO MERCADO DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS

Por Daniel Fraiha / Petronotícias – 

A IMC Saste atua em diversas frentes no setor de óleo e gás, prestando serviços, fazendo obras e atendendo a várias diretorias diferentes da Petrobrás, por exemplo. Em 2012, o faturamento da empresa atingiu cerca de R$ 300 milhões e atualmente a companhia aguarda o resultado de algumas licitações para saber se vai aumentar o quadro de funcionários este ano – até 500 novos empregos podem ser criados. O presidente da IMC Saste, Sérgio Salomão, contou que além da área de serviços, estão estudando entrar na área de exploração e produção de petróleo e gás este ano, quando haverá a volta dos leilões de blocos da ANP. Salomão diz que é uma vontade dele e que já conversou com possíveis parceiros financeiros e técnicos para a empreitada, mas a equipe que avalia o investimento ainda não bateu o martelo. Além disso, o empresário fez questão de enfatizar que a Petrobrás, ao contrário do que muitas empresas têm reclamado, não está atrasando pagamentos, mas sim analisando com mais cautela os pleitos das empreiteiras.

Como estão as operações da IMC Saste atualmente?

Estamos com uma carteira de solicitações de serviços bastante grande. Temos muitos convites para serviços de manutenção e operações, mas pouca coisa em relação a novas obras. Mas, para o nosso tamanho, esses convites nos deixam esperançosos que não teremos redução no quadro funcional e inclusive planejamos aumentar um pouquinho em vista de licitações que estamos em primeiro lugar esperando para assinar o contrato. Estamos com menor preço em algumas delas, que vão dar um incremento bastante bom na nossa carteira. Devemos contratar mais 500 pessoas para varias regiões, principalmente Bahia (50%), Rio de Janeiro (15%), e o resto espalhado pelo país.

Em que tipos de projetos estão envolvidos hoje?

Para empresas do porte da IMC, temos recebido coisas de todas as diretorias da Petrobrás. Engenharia, Abastecimento, Exploração & Produção, Corporativo. Temos locação de veículos, veículos leves, manutenção predial… fazemos a manutenção dos dois maiores edifícios da Petrobrás; o Edise, no Centro, e o Edihb (Horta Barbosa) na Tijuca.

Como estão as atividades no onshore?

Temos muitos contratos terminando e temos buscado manter a carteira. Estamos fazendo a adequação do terminal da Transpetro em Belém do Pará para receber o diesel S-10, por exemplo. Inclui a adequação de tanques, válvulas, bombas, os equipamentos antigos, que trabalhavam com outra graduação do nível de poluentes no diesel e já não servem mais.

Em que fase está?

Já terminou fisicamente, estamos apresentando o livro com os projetos que foram modificados (Databook). Devemos começar um sistema desse no terminal da Transpetro em Ribeirão Preto (SP) em breve. Estamos aguardando o cliente bater o martelo e nos chamar para assinar. Além disso, temos um grande contrato na bacia de Urucu.

Em que consiste o contrato?

Abrimos locações para as sondas de perfuração da Petrobrás. São necessárias máquinas pesadas, porque é uma grande selva, e é preciso que o maquinário chegue até lá. Tem que cortar árvore, fazer clareira, abrir estrada, tudo de uma forma bem equacionada, para que a sonda dela chegue ao ponto de instalação determinado pela empresa.

Em relação às novas rodadas da ANP, têm expectativa de novos negócios?

Estamos estudando a possiblidade de ser um dos players. Vamos ver as áreas licitadas e verificar a condição financeira para ver se podemos brigar por alguma coisa dentro do porte da nossa empresa, que teve um faturamento da ordem de R$ 300 milhões em 2012. Estamos estudando o limite de investimento e vamos ver se é possível entrarmos nesse mercado.

Vão formar parcerias para isso?

Temos bancos parceiros que poderiam nos amparar na parte financeira, inclusive fomos procurados por algumas instituições, com o objetivo de sermos “operadores”. Temos a vontade e eu tenho conhecimento do mercado. Buscaríamos parceiros para a parte técnica também, provavelmente no exterior.

Quais seriam as áreas de interesse para a IMC?

Tenho uma predileção por Minas Gerais, pelo Vale do Jequitinhonha, e pela Bahia, porque no Vale eu tenho um sentimento de que tem muita coisa a ser explorada, tem empresas que estão fazendo grandes investimentos e deve sobrar alguma beiradinha para empresas menores. E na Bahia são poços maduros que a ANP deve soltar para ver se produzem mais alguma coisa.

Como está vendo a situação do mercado de óleo e gás atualmente?

Tenho ouvido muito no mercado que a Petrobrás estaria atrasando pagamentos. Até bancos me perguntaram isso. Agora, eu, como empreiteiro, que trabalho há mais de 40 anos com a Petrobrás – além de outros oito anos como empregado – posso dizer que ela não atrasa pagamentos. E, nesse momento, contrariando o que alguns bancos e algumas pessoas têm dito, ela não tem atrasado pagamento. O que ocorre é que pleitos estão sendo analisados com um tempo mais demorado, com uma atenção muito maior, o que vem causando queixa de várias contratadas. Mas o serviço do dia a dia tem sido pago religiosamente em dia.