INB PRETENDE LANÇAR LICITAÇÃO PARA NOVA LAVRA EM CAETITÉ NO SEGUNDO SEMESTRE
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
As atividades para a preparação da nova mina (Engenho) de Caetité, na Bahia, estão avançando e em breve as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) devem passar à próxima etapa. O presidente da estatal, João Carlos Tupinambá, prevê lançar a licitação para a lavra da mina no segundo semestre. A informação foi dada pelo executivo durante o curso sobre o setor nuclear promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) e pela World Nuclear University WNU, nas instalações da Nuclep, no Rio de Janeiro.
A primeira etapa do projeto, chamada decapagem, teve o contrato assinado em março do ano passado e segue em andamento, com a estimativa de ser responsável pela remoção de 60 mil toneladas de minério e mais de 2 milhões de toneladas de materiais diversos para a preparação para a lavra, por meio de supressão de vegetação, abertura de estradas e drenagem, entre outras atividades, que também resultarão na extração de 74 toneladas de urânio (U3O8) em 10 meses.
Já a mineração do urânio em si, após a conclusão desta etapa e da assinatura do contrato a ser licitado no segundo semestre, deverá atingir uma produção média de 250 toneladas de urânio (U3O8) por ano, durante 15 anos.
Nas contas de Tupinambá, o valor do contrato deverá ficar entre R$ 180 milhões e R$ 200 milhões, mas o montante é apenas uma estimativa por enquanto.
O executivo ressaltou ainda que o projeto de ampliação e concretização do enriquecimento isotópico de urânio no Brasil está em marcha, com o avanço da primeira etapa, relativa à demanda da usina de Angra 1, e com a previsão de iniciar em breve a segunda etapa, que permitirá atender também a demanda de Angra 2 e Angra 3. Para esse projeto, o orçamento total da segunda etapa é de R$ 1,5 bilhão.
Além disso, Tupinambá afirmou que estão estudando a possibilidade de fabricar combustível para reatores de pesquisa e estão cada vez mais focados em parcerias.
“A INB está muito interessada em formar parcerias para explorar urânio, tanto em áreas virgens como em áreas já estabelecidas. Já começamos conversas com a CNNC, da China, e também queremos ter parcerias com empresas brasileiras“, afirmou.
O executivo relatou que continuam trabalhando alinhados com a Argentina para potencializar as perspectivas de exportação do urânio brasileiro e foi saudado pela presidente da WNU, Patrícia Wieland, que elogiou as ações da INB.
“É muito raro um país com tantos fatores positivos para a indústria nuclear, desde a mineração até a produção de combustível e de geração elétrica, passando por todas as etapas da cadeia. É muito bom ver o avanço do trabalho da INB neste cenário e queremos vê-la participando cada vez mais do mercado internacional“, afirmou Wieland.
O curso sobre energia nuclear reúne os maiores nomes da indústria nacional, incluindo executivos como Antônio Müller e Celso Cunha, da ABDAN, Patrícia Wieland, da WNU, Helmut Engelbrecht, da World Nuclear Association (WNA), João Tupinambá, da INB, e Liberal Zanelatto, da Nuclep, entre outros.
Na terça-feira (4), haverá uma visita técnica à fábrica de combustível da INB, em Resende, e na quarta (5) o curso terá uma nova edição em São Paulo.
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