ÍNDIA MANDA UMA MISSÃO PARA CONHECER AS INSTALAÇÕES NUCLEARES DA ARGENTINA E DESENVOLVER VÁRIOS PROJETOS

A segunda reunião do Comitê Conjunto de Coordenação da Índia e da Argentina culminou com uma série de reuniões e visitas, inclusive ao produtor de combustível nuclear Combustibles Nucleares Argentino e ao local do reator RA-10. Adriana Serquis, presidente da Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) da Argentina, disse que “é muito valioso para a CNEA receber a visita da delegação da Índia, não apenas para fortalecer nossos laços de cooperação em diferentes áreas relacionadas à medicina nuclear ou reatores, mas também para que conheçam nossas instalações e trabalhadores, e os grandes projetos prioritários que nossa instituição está realizando”. A delegação indiana foi chefiada pelo CEO da Heavy Water Board, S Satyakumar. Durante a visita, foram realizadas reuniões para discutir áreas como medicina nuclear, ligas espaciais, radioisótopos e água pesada. “Nos sentimos orgulhosos por poder partilhar o que fazemos e proporcionar  uma visita as nossas instalações”, acrescentou Serquis. 

Em agosto do ano passado, a CNEA e a INVAP da Argentina concluíram o start-up de uma planta produtora de radioisótopos em Mumbai, na Índia, resultando em maior visibilidade na cooperação dos dois países para o uso pacífico da tecnologia nuclear até agora. A Combustibles Nucleares Argentinos é responsável pelo fornecimento de combustível para as três usinas nucleares do país e seus três reatores de pesquisa. É uma joint venture entre a CNEA e o Grupo Pérez Companc. O projeto RA-10 está sendo realizado pela CNEA em conjunto com a INVAP no Centro Atômico de Ezeiza, perto de Buenos Aires. As obras civis devem ser concluídas este ano e o comissionamento está previsto para começar em 2024, segundo a CNEA.

Argentina e Índia assinaram um Acordo de Cooperação no Uso Pacífico da Energia Nuclear em 2010 e em 2019 assinaram um memorando de entendimento para “melhorar e explorar empreendimentos cooperativos” em energia nuclear civil e “reforçar vínculos institucionais” em pesquisa e desenvolvimento nuclear civil e capacitação. Em agosto do ano passado, os ministros das Relações Exteriores dos dois países emitiram uma declaração conjunta na qual destacaram a cooperação bilateral em vários assuntos, dizendo que “as duas grandes e vibrantes democracias elevaram seu relacionamento ao nível de Parceiros Estratégicos em 2019 e foi acordado explorar áreas para uma cooperação mais profunda para usos pacíficos da energia nuclear”.