INDICAÇÃO DE ADRIANO PIRES ENFRENTA INIMIGOS SEM ROSTO DENTRO DA PETROBRÁS, MAS O CONSULTOR AINDA NÃO DESISTIU

PIRESSe o Brasil não é para amadores, como dizia Tom Jobim, é porque ele não conhecia como a Petrobrás funciona. Quem não tem domínio absoluto do assunto, das nuances internas, do corredor, do vestiário, como se diz no futebol, será seduzido pelo grupo que tem tem o “domínio técnico” da empresa. Aqueles que mandam verdadeiramente, mas não têm rosto. Tem patota. O que muito provavelmente aconteceu com o general Joaquim Silva e Luna. No início da tarde desta segunda-feira (4), rumores que circulam no mercado e em veículos de imprensa indicam que Adriano Pires não mais assumirá a presidência da Petrobrás. As informações dão conta que o consultor de óleo e gás teria informado ao governo que desistiu de ocupar a liderança da estatal. O Ministério de Minas e Energia, por sua vez, declarou agora há pouco que tanto o Palácio do Planalto quanto a pasta não receberam ainda nenhum comunicado oficial ainda sobre a desistência de Pires. Desde que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, o consultor está sendo alvo de ataques de dentro da Petrobrás. A indicação dele, um privatista, é vista como uma ameaça para a companhia. Sua chegada ao poder seria uma aceleração ao processo de privatização da petroleira, tema que sempre defendeu abertamente.

Conforme noticiamos no final da semana passada, possíveis conflitos de interesse de Pires dificultariam a aprovação de seu nome para assumir a presidência da empresa. Adriano Pires é sócio-fundador da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Desde sua indicação ao cargo de presidente da Petrobrás, já existia uma certa preocupação com o fato de alguns de seus clientes serem grandes multinacionais do setor de petróleo. O consultor chegou a ser questionado por diversos veículos de imprensa sobre quem seriam seus possíveis clientes na CBIE, mas Pires alegava estar em “período de silêncio”.

Já o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União afirmou que Pires mantém relações econômicas de caráter privado com diversas empresas nacionais e internacionais que se relacionam com a Petrobrás, inclusive concorrentes diretas da estatal no mercado internacional, como as petrolíferas americanas Chevron e Exxon Mobil e a britânica Shell. No domingo, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, também anunciou que desistiu de assumir o Conselho de Administração da Petrobrás, alegando que precisaria dedicar mais tempo à gestão do clube carioca.

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