ÍNDIOS FAZEM REFÉNS EM BELO MONTE PARA NEGOCIAR COM CONSÓRCIO NORTE ENERGIA

A vida dos consórcios construtores de grandes hidrelétricas anda conturbada no Brasil e, ao que tudo indica, vai continuar sacolejando. Poucos dias depois da desocupação do canteiro de obras de Belo Monte, no Pará, os indígenas fizeram de reféns três funcionários do consórcio Norte Energia, responsável pela obra.

São dois engenheiros e um analista ambiental, que tinham ido às aldeias dos índios Juruna e Arara para explicar os detalhes sobre a transposição do rio Xingu. Eles passariam por cinco aldeias apresentando o projeto, mas ficaram detidos logo na primeira, chamada Muratu.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) está negociando a liberação dos três funcionários do consórcio, mas os índios pedem uma série de coisas em troca, como a conclusão do sistema de abastecimento das aldeias, a interrupção do barramento do rio até que as questões envolvidas na transposição estejam totalmente esclarecidas, entre outros pedidos.

Há duas semanas, o presidente do consórcio Norte Energia, Carlos Nascimento (foto), se reuniu com indígenas que estavam ocupando o canteiro de obras em Altamira (PA), chegando a um acordo para a desocupação. No entanto, com a nova ação dos índios, o executivo deve ter que agendar novas reuniões.