INDÚSTRIA DE XISTO NOS ESTADOS UNIDOS DEVE REDUZIR PRODUÇÃO E SOFRER NOVOS CORTES EM 2016
Mais demissões e cortes de investimento devem tomar a indústria norte-americana de xisto ao longo de 2016. É esta a visão que vem sendo apresentada por analistas do mercado frente ao atual cenário de dificuldades do setor, que enfrenta o peso de uma cotação do barril por volta de US$ 35. Embora impactante sobre todo o segmento de óleo e gás, a dificuldade financeira deve pesar mais sobre as companhias do setor de xisto, que funcionam hoje no limite da viabilidade econômica e não têm boas perspectivas de recuperação para os próximos meses.
Ao passo que a indústria estadunidense conseguiu suprimir, por meio de cortes de custos e operações, os desafios vividos ao longo de 2015, o cenário para 2016 é de quase nenhum otimismo. A expectativa do mercado é que haja uma grande redução na produção do país, que nos últimos meses conseguiu manter taxas altas de produtividade.
De acordo com análise da Energy Information Administration, as empresas do segmento de xisto poderão reduzir sua produção em até 570 mil barris por dia no próximo ano. A tendência é de que um número maior de projetos seja abandonado e, mais do que agora, cresça a oferta de ativos no mercado.
O baixo preço do barril vem sendo sustentado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que não tem freado sua produção para afetar competidores e garantir fatias do mercado internacional. A estratégia, que deverá se estender por 2016, no entanto, reflete negativamente também sobre as finanças da organização.
À frente da entidade, a Arábia Saudita projetou nesta semana um déficit orçamentário de US$ 87 bilhões em seus cofres no próximo ano. O país, que tem no petróleo sua principal fonte de renda, sente hoje um grande impacto econômico e prevê gastos muito superiores às receitas nos meses que estão por vir.
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