INDÚSTRIA DISCUTE OS PRÓXIMOS DESAFIOS DO SETOR BRASILEIRO DE DUTOS NA ABERTURA DA FEIRA RIO PIPELINE
Começou oficialmente a Rio Pipeline 2023, edição que marca o retorno do evento à modalidade presencial. A cerimônia de abertura foi realizada na manhã de hoje (8), no centro de convenções ExpoMag, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de alguns dos principais nomes da indústria de óleo e gás do país. A tônica da abertura do evento girou em torno dos novos desafios do setor dutoviário brasileiro, que passou recentemente por um processo de abertura e diversificação de atores. O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, lembrou da relevância da indústria petrolífera para o país e frisou a importância da exploração de novas fronteiras exploratórias.
“Estamos preparados para os novos desafios e explorar ainda os hidrocarbonetos das reservas brasileiras em outras fronteiras. Só queremos ter a permissão e a oportunidade de mostrar que o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem uma condição muito favorável para essa atividade. Além de termos uma geologia favorável à produção de petróleo e gás, temos tecnologias desenvolvidas localmente”, disse.
A cerimônia de abertura teve ainda as presenças do secretário de energia e economia do mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal, e do senador Laércio Oliveira (que foi relator da nova Lei do Gás). “Eu quero ouvir os senhores [dirigindo-se à plateia] sobre qual será o próximo passo. A Lei do Gás aconteceu, apesar de todas as dificuldades e foi celebrada em todos os cantos do Brasil e do mundo. Mas qual é o próximo passo? O que devemos fazer para aperfeiçoar aquilo que foi consagrado na lei?”, indagou o senador. Ele também criticou o atual preço do gás vendido para a indústria e fez uma provocação aos executivos para discutir medidas e meios para reduzir o valor do combustível.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Rodolfo Saboia, lembrou do momento de grandes transformações pelo qual a indústria de gás natural está passando, com a entrada de novos comercializadores e carregadores do insumo. “Em 2021, um único agente era responsável por toda a comercialização de gás natural na malha integrada de transporte no Brasil. Mas, no ano passado, uma fatia de 17% do mercado nacional foi atendida por produtores independentes. No Nordeste, esse número chegou a 75%. Esse movimento de desconcentração já impacta o preço da molécula e cria as condições para incentivar tanto a produção como o consumo do gás natural”, avaliou.
O dirigente da ANP apontou também para uma mudança no cenário de contratos de transporte do gás por dutos. Em 2021, foram firmados 35 contratos. No ano seguinte, esse número subiu para 211. Já em 2023, o setor já alcançou o número de 186 até o momento. Saboia pontuou, contudo, que o mercado de gás ainda não dispõe de uma plataforma de negociações e avaliou que ainda existe uma concentração de mercado em patamar elevado. “Esses são dois dos principais desafios que o Brasil precisa enfrentar para alcançar um mercado dinâmico, livre e competitivo”, concluiu.
O painel de abertura da Rio Pipeline teve ainda as presenças do presidente da ATGás, Rogério Manso; da presidente interina da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Angela Regina Livino; da presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro; e do Chair do Comitê Organizador da Rio Pipeline 2023, Idarilho Nascimento. “O setor de dutos no Brasil reúne números impressionantes. São 660 mil km de linhas de adutoras de água e ainda há o potencial de instalação de mais 30 mil km para atendimento da população”, pontuou Nascimento. “O segmento de dutos opera um dos meios de transportes mais eficientes e seguros, que contribui com a transição e a segurança energética”, acrescentou.
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