INPE DESENVOLVE COMBUSTÍVEL LIMPO E BARATO PARA FOGUETES E SATÉLITES
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolveu um novo combustível para foguetes e motores de satélites, que promete ser limpo e mais barato dos que os existentes hoje em dia.
A inovação é fruto de um trabalho realizado no Laboratório Associado de Combustão e Propulsão (LCP) do INPE, a partir da combinação de peróxido de hidrogênio concentrado a uma base de etanol e etanolamina, que, segundo os pesquisadores, inicia a combustão espontaneamente, sem a necessidade de uma fonte de ignição externa.
“A eficiência é próxima a dos propelentes tradicionalmente utilizados em propulsão, a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio. Porém, os nossos propelentes não são nocivos a saúde, ao contrário da hidrazina que é cancerígena e do tetróxido que é fatal a uma exposição de 10 minutos a uma concentração de 200 ppm [partes por milhão de partículas] no ar”, explica o chefe do laboratório do INPE, Ricardo Vieira (foto).
De acordo com a instituição, o novo combustível pode ser usado em motores de apogeu, ou seja, de transferência de órbita de satélites ou, ainda, em últimos estágios de veículos lançadores.
“O mais interessante é comparar o custo destes propelentes. A importação de hidrazina e de tetróxido de nitrogênio custa, respectivamente, R$ 712,00/kg e R$ 1.340,00/kg. Já o peróxido de hidrogênio 90% é preparado no LCP a um custo aproximado de R$ 15,00/kg e o combustível à base de etanol/etanolamina de R$35,00/kg”, completa Vieira.
O desenvolvimento tecnológico contou com financiamento da Fapesp, como parte da tese de doutorado de Leandro José Maschio (USP), orientada por Ricardo Vieira, sendo que o peróxido de hidrogênio foi cedido ao INPE pela Empresa Peróxidos do Brasil e concentrado no laboratório até 90% em peso. Vejas os vídeos com testes do combustível clicando aqui e aqui.
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