INSATISFAÇÃO DE ACIONISTAS TROCA CARLOS GOMES PELO BRITÂNICO ANDY BROWN COMO O NOVO CEO DA GALP

aqaqaqaaA direção da portuguesa Galp muda de mãos. Sai Carlos Gomes da Silva (foto à direita) e entra o ex-gestor de Shell, o britânico Andry Brown (foto principal). Esta será a segunda mudança do CEO em seis anos. Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp anunciou ter chegado a acordo com Gomes da Silva para a sua saída, quando ainda faltavam dois anos para terminar o atual mandato. Ele  tem um bom histórico na companhia portuguesa e ascendeu à liderança da empresa em 2015, mas está de saída para dar lugar a Brown, gestor que fez a maior parte da sua carreira na anglo-holandesa Shell, grupo do qual saiu em 2019. O afastamento de Gomes da Silva acontece pela decisão dos maiores acionistas da empresa. A Galp vinha seguindo um caminho de diversificação da sua matriz de negócio, para tentar estar mais alinhada com os desafios da descarbonização. Esta decisão, no entanto, acabou por não satisfazer os maiores investidores da petrolífera, que tem como principal acionista, a Amorim Energia, com uma participação de 33,34%.

A missão do novo CEO será agora procurar voltar a valorizar a Galp no mercado, numa conjuntura difícil e com um perfil peculiar: é ainda a mesma Galp que wwswwsswtem na exploração petrolífera no Brasil o seu motor de rentabilidade, é ainda a mesma Galp que tem na exploração futura de gás em Moçambique uma das suas grandes promessas de negócio, mas é também uma empresa que está saindo  do refino.

A Galp, embora sendo uma empresa grande à escala nacional, é uma petrolífera de média dimensão no panorama global, mas nos últimos anos tem aberto o seu conselho de administração a gestores estrangeiros, com experiência internacional, caminho que agora se intensificará com a nomeação de Andy Brown. O norueguês Thore Kristiansen, antigo quadro da Equinor, é desde 2014 administrador operacional da Galp, responsável pelo negócio da exploração petrolífera. Mais recentemente, em 2019, a comissão executiva da Galp acolheu a espanhola Susana Quintana Plaza, que teve anteriores passagens pela Siemens.

wswswswsAndy Brown reforçará o sistema  internacional da gestão da Galp, num momento especialmente desafiante para a companhia. A agenda europeia em prol do hidrogênio foi um sinal dessa necessidade de rápida descarbonização de consumos energéticos na indústria e nos transportes. A  eletrificação do parque automóvel tem avançado também em ritmo acelerado. Sob a liderança de Carlos Gomes da Silva a Galp apostou no setor elétrico.  No ano passado a empresa adquiriu o negócio de energia solar da espanhola ACS por 450 milhões de euros, uma aposta que exigirá um investimento global de 2,2 mil milhões na construção de centrais fotovoltaicas, e que fará da Galp um dos maiores produtores de energia solar da Península Ibérica. No espaço de um ano a Galp perdeu 40% de seu valor em bolsa 40%. O valor das suas ações está agora ligeiramente acima dos 9 euros, depois de em outubro último terem atingido um mínimo de 7,93 euros (valor mais baixo da última década), bem longe da cotação recorde que a Galp chegou a atingir em agosto de 2018, com 17,6 euros por título.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of