INTELIE DIVERSIFICA ATUAÇÃO EM ÓLEO E GÁS E PREPARA O LANÇAMENTO DE TECNOLOGIAS PARA O SETOR

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

A empresa INTELIE tem atuado no setor de óleo e gás para acelerar a eficiência operacional de clientes nesse segmento, projetando tecnologias que envolvem dados em tempo real até análise preditiva e automação. Há dois anos, a companhia se fundiu com a Viasat e, desde então, tem aumentado ainda mais seus planos para o mercado petrolífero. O diretor de tecnologia da Viasat-INTELIE, Augusto Borella, detalha que a empresa trabalha, por exemplo, no monitoramento de atividades operacionais. “Estamos expandindo essa atividade de monitoramento não só para a construção de poços, mas também para outros segmentos na vertical de óleo e gás, de modo a melhorar a tomada de decisões dos nossos clientes”, explicou. Para o futuro, o executivo revela que a companhia está preparando novos produtos para o segmento de óleo e gás. “Estamos trabalhando no desenvolvimento de uma ferramenta de planejamento de custos operacionais, inicialmente focada na construção de poços, mas que poderá também ser configurada para qualquer tipo de atividade”, contou. Borella menciona ainda que uma joint venture formada entre a Viasat e as empresas Transocean e Intelilift está desenvolvendo soluções para diminuir o tempo de perfuração, por meio da automação de sondas e aceleração do processo de construção de poços. “Nesse momento, já estamos aplicando em alguns clientes partes da solução tecnológica, de modo a demonstrar para o mercado que é possível acelerar a construção autônoma de poços, reduzindo custos e ampliando a segurança”, finalizou.

Poderia começar explicando aos nossos leitores como é a atuação da empresa no setor de óleo e gás?

A empresa possui, basicamente, duas frentes de atuação: provemos banda de satélite para vários clientes no acesso remoto, na costa e nas atividades offshore; e também disponibilizamos um produto para realizar o monitoramento de atividades em tempo real. É uma tecnologia que vem dando suporte há muito tempo para a Petrobrás, por exemplo.

Especificamente sobre o monitoramento de atividades operacionais, ampliamos a atuação nesse mercado e passamos também a trabalhar com outras operadoras e empresas de perfuração aqui no Brasil. Estamos expandindo essa atividade de monitoramento não só para a construção de poços, mas também para outros segmentos na vertical de óleo e gás, de modo a melhorar a tomada de decisões dos nossos clientes.

Seria interessante ouvir mais sobre como tem sido esse movimento de expansão de atividades de monitoramento dentro da vertical de óleo e gás.

A INTELIE tem conversado bastante com potenciais clientes que atuam com barcos de apoio marítimo para as atividades offshore. Além disso, começamos também a atuar em atividades industriais de processamento químico, principalmente por meio de um produto chamado Dynamic Risk Advisor, cujo objetivo é garantir que as operações dos clientes sejam mais seguras. Com essa tecnologia, lançada em 2021, é possível monitorar, em tempo real, as barreiras operacionais que ampliam a segurança e a conformidade. Esse produto tem tido uma boa receptividade no mercado de óleo e gás.

A INTELIE se fundiu em 2021 com a Viasat. Quais têm sido as principais implicações dessa operação desde então?

A conectividade é a linha de atuação principal da Viasat. Depois da fusão, a empresa passou a oferecer uma solução end-to-end, disponibilizando também uma capacidade de monitoramento em tempo real, por meio da INTELIE, para ajudar os clientes a tomarem as melhores decisões.

Para além do setor de óleo e gás, estamos ampliando os negócios para outras verticais. A empresa está atuando também no mercado de mobilidade, monitorando a frota de veículos, com análise de perfis de motoristas em tempo real. A INTELIE também está conversando com empresas de transporte rodoviário para prover conectividade e monitoramento em tempo real das frotas.

Como tem sido a demanda da indústria de óleo e gás por serviços de conectividade e monitoramento?

Muito se fala sobre a Lei de Moore, um conceito que prevê que a capacidade dos processadores dobra a cada 18 meses. Dentro do ramo de conectividade, existe também a Lei de Nielsen, que afirma que a demanda por taxa de transmissão de dados dobra a cada 21 meses. Ou seja, isso representa uma taxa de crescimento de cerca de 50% ao ano na demanda por transmissão de dados.

No mercado de óleo e gás, já observamos esse aumento na demanda por conectividade. Uma vez que o setor avança na transformação digital, novas possibilidades surgem. Por exemplo, a INTELIE dispõe de um produto relacionado à transmissão de imagens e, por meio de modelos de Inteligência Artificial em cima dessas imagens, tem sido possível melhorar a eficiência e a segurança operacional dos clientes. Essas e outras tecnologias aumentam a demanda por banda. O nosso papel é, justamente, oferecer essa banda adicional, para que as empresas possam acelerar seus processos de transformação digital com a devida conectividade.

Quais são as novidades que a empresa pretende apresentar ao mercado neste ano?

Neste ano, faremos o lançamento de alguns produtos bastante inovadores. Estamos trabalhando no desenvolvimento de uma ferramenta de planejamento de custos operacionais, inicialmente focada na construção de poços, mas que poderá também ser configurada para qualquer tipo de atividade. Essa ferramenta terá uma funcionalidade bastante diferenciada e poderá otimizar atividades de sondas de perfuração dual, por exemplo.

Além disso, o nosso produto já existente usado para medição de performance de sondas passará a utilizar alguns algoritmos de aprendizado de máquina, em tempo real, para a contextualização do dado e classificação dessas atividades. Não posso deixar de mencionar ainda a nossa expectativa de experimentar um aumento na adoção do nosso produto Dynamic Risk Advisor, que tem um diferencial relevante na capacidade de monitorar barreiras de segurança em tempo real.

E, por último, importante mencionar ainda a joint venture formada entre a Viasat e as empresas Transocean e Intelilift. A joint venture, chamada Inteliwell JV, tem como objetivo diminuir o tempo de perfuração por meio da automação de sondas e aceleração do processo de construção de poços usando novos processos impulsionados por Inteligência Artificial. Nesse momento, já estamos aplicando em alguns clientes partes da solução tecnológica, de modo a demonstrar para o mercado que é possível acelerar a construção autônoma de poços, reduzindo custos e ampliando a segurança.

Por fim, como estão as expectativas da empresa com o mercado de óleo e gás?

Existe, sim, uma expectativa do aumento das atividades no setor por conta das novas operadoras em campos terrestres e marítimos. De fato, as oportunidades passam a surgir. A INTELIE tem um potencial de ajudar essas novas operadoras, com custos competitivos e produtos estruturados, usando justamente o conhecimento adquirido a partir do nosso relacionamento com as grandes operadoras.

Então, vemos com bons olhos esse maior número de operadoras no mercado brasileiro de óleo e gás. Isso abre um potencial para que possamos ofertar os nossos produtos de uma forma que gerem valor, a um custo competitivo.