INVESTIGAÇÕES DA OPERAÇÃO LAVA-JATO SE ESTENDEM AO SETOR PORTUÁRIO

As investigações da Operação Lava-Jato começaram a atingir também o setor portuário, gerando desdobramentos mais amplos para empresas brasileiras. Os procuradores da operação vêm analisando o contrato para as obras de dragagem no porto de Rio Grande, suspeitos de um superfaturamento milionário. O aprofundamento dos canais do terminal marítimo, feito pela Odebrecht em parceria com a empreiteira belga Jan de Nul, teria sido superfaturado em R$ 47,4 milhões. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o consórcio apresentou um sobrepreço para o empreendimento, localizado no Rio Grande do Sul.

O contrato, de acordo com a auditoria, teria recebido aplicações excessivas em seu custo, o que pode sinalizar práticas de superfaturamento. O empreendimento, que ampliou em cerca de 35% o volume de cargas no porto de Rio Grande, foi firmado em 2009 no total de R$ 196 milhões.

Os pagamentos questionados pelo TCU foram feitos entre 2009 e 2010. A auditoria deve levar à abertura imediata de processo específico para analisar o contrato, além de identificar os responsáveis pelos aditivos suspeitos de superfaturamento. Previstas para ter fim em 2012, as obras foram finalizadas no último ano e permitiram um alargamento dos canais de acesso ao porto, que passou a ter 18 metros de profundidade em seu canal externo.