IRÃ FECHA ACORDO COM POTÊNCIAS MUNDIAIS PARA LIMITAÇÃO DE SEU PROGRAMA NUCLEAR
Após diversas sanções e longos desacordos entre as duas partes, o Irã e as grandes potências mundiais por fim chegaram a um tratado histórico, nesta terça-feira (14), para a limitação do programa nuclear iraniano. Em troca da retirada das sanções internacionais que geram fortes prejuízos à sua economia, o país assumiu o compromisso de não desenvolver tecnologias nucleares no âmbito militar, em acordo que marca a sua reintegração plena ao cenário da diplomacia internacional.
Sediadas em Viena, na Áustria, as negociações vinham sendo realizadas há 17 dias, e tiveram seu prazo limite adiado diversas vezes devido a divergências no acordo. Com o acerto das duas partes, o Irá assina com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) uma autorização para a investigação sobre o passado do programa nuclear de Teerã, baseada na suspeita de possíveis usos militares.
O documento tem como objetivo garantir que os investimentos iranianos em investimento nuclear se limitem ao uso civil. Retirado da lista de países sancionados pela ONU, o Irã se compromete também a reduzir sua capacidade nuclear de acordo com os termos estabelecidos neste ano em Lausanne. Dessa forma, o país deve reduzir suas centrífugas e suas reservas de urânio enriquecido, além de permitir inspeções limitadas da AIEA a suas instalações. “Acho que esse é um momento histórico. Estamos fechando um acordo que não é perfeito, mas sim o que pudemos conseguir. É uma conquista importante”, destacou o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif.
As outras potências mundiais, por sua vez, assumiram no acordo o compromisso de liberar ativos iranianos congelados e de reduzir sanções econômicas a partir de 2016. Além de ser retirado da lista de sancionados pela ONU, o país não mais terá restrições contra sua aviação, seu Banco Central, seu Exército e suas empresas estatais.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, fez um pronunciamento televisivo comemorando o acordo. “Nós não pedimos caridade. Pedimos negociações justas, em que todos ganhassem”, afirmou Rohani.
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