IRÃ RETOMA AS CONVERSAÇÕES SOBRE O SEU PROGRAMA NUCLEAR SOB DESCONFIANÇA E FALTA DE PACIÊNCIA DOS PAÍSES ALIADOS
O Irã retomou as negociações sobre o seu programa nuclear com um espírito descrito por suas autoridades como “renovado”. Isso depois do pessimismo manifestado por diplomatas europeus na semana passada, devido a novas exigências de Teerã. Enrique Mora (foto), o número 2 do serviço diplomático da União Europeia (UE) e coordenador das negociações, disse que “a intenção é reanimar o JCPOA [nome técnico do acordo nuclear] E devo dizer que todas as delegações estãmuito empenhadas.” O diplomata espanhol disse que as delegações regressaram das respectivas capitais e estão em Viena, na Áustria, sede da Agência Internacional de Energia Atômica(AIEA), com um “renovado sentido de propósito” e que há uma urgência em alcançar progressos.
Para lembrar, em 2015 em Viena, Teerã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) e a Alemanha, assinaram um acordo internacional para limitar e ter uma maior vigilância do programa nuclear iraniano (através de um controle rigoroso por parte da ONU) em troca do levantamento das sanções econômicas internacionais contra o Irã. Mas o governo de Donald Trump rompeu esse acordo, alegando que o Irã não estava cumprindo as metas estabelecidas, determinando a volta dos embargos. O Irã passou a enriquecer o urânio bem acima do limite previamente acordado, com possibilidades de uso militar e dificultando as inspeções oficiais.
As negociações entre os países que se mantêm como signatários do acordo, agora retomadas tinham sido interrompidas na sexta-feira passada (3). A interrupção ocorreu após cinco dias de reuniões em que Teerã apresentou uma série de alterações aos documentos acordados há meses, e que os europeus consideram incompatíveis com o acordo. A administração norte-americana afirmou que não permitirá que o Irã continue a expandir o seu programa nuclear.
O Irã endureceu a sua posição e exige que todas as sanções sejam imediatamente levantadas, mesmo as que não se relacionam com o seu programa atômico, mas com outras questões, como o desenvolvimento de mísseis balísticos ou a sua interferência em conflitos regionais.
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