ITÁLIA LICITA PARA DESMANTELAR A USINA NUCLEAR DE GARIGLIANO E RECUPERAR DE ELEMENTOS RADIOATIVOS DA CENTRAL DE LATINA
A Societa Gestione Impianti Nucleari SpA (Sogin), empresa estatal italiana responsável pelo descomissionamento das usinas nucleares do país, anunciou o lançamento de uma licitação para o desmantelamento do reator e partes internas da usina nuclear de Garigliano. O reator de água fervente Garigliano(foto principal) foi conectado à rede em janeiro de 1964 e foi desligado em 1982. A Sogin disse que o processo está avaliado em cerca de US$ 39 milhões e prevê que as operações de segmentação e extração dos componentes e da embarcação, fortemente contaminadas, ocorram debaixo de água, o que dá proteção aos trabalhadores. Em preparação para as remoções, já foram restaurados os sistemas auxiliares do prédio do reator (sistemas elétricos, de ventilação, automação e controle) e o circuito de inundação e o canal do reator dentro do qual serão realizadas as operações, de onde foram retirados os racks de combustível em aço carbono e suas estruturas de sustentação.
Com o desmantelamento, que terminará em 2027, a Sogin informou ter entrado na fase final do descomissionamento da central de Garigliano. “Esta é a atividade mais complexa do ponto de vista operacional e de engenharia, que a Itália enfrentará pela primeira vez”, disse em um comunicado. Os resíduos radioativos produzidos durante o desmantelamento serão tratados e colocados em recipientes cilíndricos blindados e armazenados nas instalações temporárias no local até serem transferidos para o repositório nacional, quando disponíveis.
A Sogin disse que o desmantelamento da usina de Garigliano produzirá um total de cerca de 268 mil toneladas de materiais. Destes, cerca de 258 mil toneladas (96%) serão destinadas à reciclagem, sendo a maior parte composta por metais e concreto. A estatal Sogin foi criada para assumir a responsabilidade pelo descomissionamento das antigas usinas nucleares da Itália e pela localização de um depósito nacional de lixo. Separadamente, a Sogin lançou uma outra licitação, avaliada em cerca de 10 milhões de euros, para a construção de uma instalação para a recuperação e tratamento de cerca de 70 toneladas de resíduos radioativos da liga Magnox na central nuclear de Latina (à direita). Esses rejeitos radioativos são provenientes da retirada dos “flaps” dos elementos combustíveis, realizada antes de serem encaminhados ao exterior para reprocessamento. Estes resíduos serão colocados em contentores especiais e armazenados na instalação temporária do local, aguardando a transferência para o depósito nacional. A usina de Latina, compreendendo um único reator refrigerado a gás de grafite Magnox de 210 MWe, começou a operar em janeiro de 1964. Foi fechada permanentemente em dezembro de 1987. A Sogin assumiu a propriedade do local em novembro de 1999.
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