JAPÃO ADOTA PLANO PARA MAXIMIZAR O USO DE ENERGIA NUCLEAR
O governo do Japão adotou um plano para estender a operação dos reatores nucleares existentes e substituir as antigas instalações por novas e avançadas unidades. A medida faz parte de uma política que aborda a escassez global de combustível após a invasão da Ucrânia pela Rússia e busca alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Desde julho, um painel consultivo – o Comitê Executivo de Transformação Verde (GX) – vem considerando a implementação de grandes mudanças na energia, em todas as indústrias, na economia e na sociedade, a fim de atingir a meta de alcançar emissões líquidas zero até 2050. A 22 de dezembro realizou-se a reunião governamental de implementação da GX, durante a qual foi elaborado um roteiro para os próximos dez anos como “política básica para a concretização da GX”.
Sob a nova política – que descreve a energia nuclear como “uma fonte de energia que contribui para a segurança energética e tem um alto efeito de descarbonização” – o Japão maximizará o uso dos reatores existentes reiniciando o maior número possível e prolongando a vida operacional dos antigos além do limite atual de 60 anos. O governo também disse que o país desenvolverá reatores avançados para substituir aqueles que estão desativados.
Antes do acidente de março de 2011 na usina de Fukushima Daiichi, os 54 reatores do Japão forneciam cerca de 30% da eletricidade do país. No entanto, 14 meses após o acidente, a geração nuclear do país foi paralisada, aguardando mudanças regulatórias. Até agora, dez dos 39 reatores operáveis do Japão passaram por inspeções, confirmando que atendem aos novos padrões de segurança regulatórios e retomaram a operação. Outros 17 reatores se inscreveram para reiniciar. Em 2021, a energia nuclear forneceu apenas 7,2% da eletricidade do país.
Sob os regulamentos revisados que entraram em vigor em julho de 2013, os reatores japoneses têm um período operacional nominal de 40 anos. As extensões podem ser concedidas apenas uma vez e estão limitadas a um máximo de 20 anos, dependendo de requisitos de segurança exigentes.
Em 21 de dezembro, a Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) aprovou um esboço de uma nova regra que permitiria que os reatores fossem operados por mais do que o limite atual de 60 anos. De acordo com a emenda, os operadores de reatores em uso por 30 anos ou mais devem formular um plano de gerenciamento de reator de longo prazo e obter a aprovação do regulador pelo menos uma vez a cada 10 anos, se quiserem continuar a operar.
A nova política estenderá efetivamente o período em que os reatores podem permanecer em operação além de 60 anos, excluindo o tempo que eles passaram fora do ar para inspeções da vida útil total. Sob a nova política, o Japão também desenvolverá e construirá “reatores inovadores de próxima geração” para substituir cerca de 20 reatores que serão desativados.
Em setembro, a Mitsubishi Heavy Industries lançou o projeto avançado de reator de água pressurizada SRZ-1200. Desenvolvido em colaboração com quatro concessionárias japonesas, o reator de 1200 MWe foi projetado para atender aos padrões de segurança regulatórios aprimorados do país.
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