JDR CABLES VAI INAUGURAR CENTRO DE SERVIÇOS EM MACAÉ NO PRÓXIMO MÊS
Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) –
Criada no início da década de 90, a partir da fusão de uma empresa britânica, a Jacques Cable Systems, com uma holandesa, a De Regt Special Cable, a JDR Cables, especializada em umbilicais, sistemas de controle e de intervenção offshore, vem ampliando sua estratégia focada no mercado internacional, e o Brasil passou a figurar como um dos focos importantes nos planos da empresa. Com a percepção de que as atividades de exploração e produção no mundo estão caminhando cada vez mais para áreas onde as reservas ficam em águas profundas e ultraprofundas, o Brasil, em função do pré-sal, ganhou destaque e terá uma nova unidade da JDR Cables a partir de novembro, em Macaé. O diretor global de serviços da companhia, Charlie Backhouse (à esquerda da foto), conta que investiram US$ 3 milhões no centro, que será focado em serviços, manutenção e suporte aos clientes, tanto no onshore, quanto no offshore. Além disso, o executivo diz que existe a possibilidade de fabricar alguns de seus produtos no país, caso o mercado nacional indique que há demanda para isso.
Como você vê o mercado brasileiro?
O que vemos, especialmente em Macaé, é um alto interesse dos clientes em produtos pequenos e uma grande necessidade na região por serviços para dar apoio à indústria offshore. Vemos muitos clientes potenciais muito ocupados no offshore e precisam mobilizar seus equipamentos para os próximos trabalhos. Vemos muitas oportunidades no crescente mercado de árvores de natal molhadas e manifolds. Temos novas tecnologias para intervenção offshore que reduzem o tempo de intervenção de quatro ou cinco dias para dois dias. Se você for multiplicar isso no mercado, as economias para os operadores são milionárias.
Essas tecnologias já são utilizadas no mercado brasileiro?
Estamos começando a ver as especificações dos clientes. Já conseguimos significativos benefícios de tempo, o que é uma grande economia. Há uma grande evolução em segurança, já que havia problemas em alguns casos com braçadeiras e isso causava danos aos equipamentos e aos trabalhadores. Olhando com uma perspectiva tecnológica e de serviços, se, futuramente, o mercado brasileiro demandar braçadeiras para dar suporte a suas necessidades em relação aos umbilicais, a JDR consideraria isso em níveis de investimento.
Para produzir aqui?
É uma ideia para o futuro. Nós entendemos que Macaé terá um novo desenvolvimento como polo voltado às explorações em águas profundas, então será um local apropriado para nós.
Vocês têm se reunindo com empresas daqui para negociações?
Temos encontrado gente do setor de serviços e de vendas de novos produtos. Mas nosso foco é serviços mesmo e temos encontros marcados com muitos clientes potenciais. São todos os principais players, como Petrobrás e FMC – que já é nossa cliente global –, especialmente para sistemas de intervenção em todo o mundo.
A vinda de vocês ao Brasil está, de alguma forma, relacionada à de outras empresas, como a FMC?
A FMC já estava no mercado. Como ela um cliente global nosso, nos aproximamos dela no Brasil. Nós fazemos muito trabalho em todo o mundo, com a Halliburton, Cameron Onesubsea.
Os umbilicais que vocês produzem atingem até que profundidade?
Cerca de dois mil metros.
Podem ser usados em projetos no pré-sal?
Sim.
Precisam de alguma modificação?
Na verdade, não. Atualmente já fornecemos isso em todo o mundo.
Quais são suas expectativas quanto à indústria brasileira no curto e no longo prazo?
Vemos crescimento significante no Brasil e acreditamos que haverá mais investimentos no país no longo prazo.
Quanto foi investido no centro de serviços aqui?
Os investimentos em serviços têm sido pequenos até agora. Foram US$ 3 milhões, incluindo equipamentos, pessoal e instalações.
Como você vê a política de conteúdo local?
Nossa equipe de serviços no Brasil vai ter capacidade de fazer toda a parte de serviços aqui, incluindo a manutenção e o suporte. Qualquer produto nosso que venha de fora terá todo o acompanhamento localmente, com o mínimo de conteúdo local previsto, e inclusive faremos a montagem de equipamentos menores já no Brasil. Atenderemos tanto serviços onshore, quanto offshore.
Deixe seu comentário