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JORNALISTAS DEFENDEM QUE SETOR NUCLEAR FORTALEÇA DIÁLOGO PARA MOSTRAR SEUS AVANÇOS E NOVAS TECNOLOGIAS

Imagem do WhatsApp de 2025-08-25 à(s) 11.52.47_805bbd1eO seminário Nuclear Communication 2025, realizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) nesta segunda-feira (25), no Rio de Janeiro, reuniu quatro jornalistas especializados no segmento de energia para discutir os desafios da cobertura do setor nuclear. Todos concordaram que a indústria nuclear tem evoluído no seu diálogo com a sociedade, mas também destacaram que é preciso abrir ainda mais esse canal de comunicação com a imprensa para tornar mais visíveis as iniciativas do segmento.

Para Gabriel Chiappini, da agência eixos, a comunicação das empresas nucleares ainda é restrita em comparação com organizações ambientais, que têm atuação constante e presença marcante no debate público. “É com isso que o setor nuclear, de certa forma, compete por espaço“, avaliou o jornalista. Ele observou que o discurso ambientalista costuma ser mais simples e de fácil assimilação pela sociedade, o que aumenta a responsabilidade do setor nuclear em se comunicar de forma clara e aberta. O jornalista também ressaltou que as novas gerações, mais interessadas em tecnologia e inovação, representam um público estratégico para o setor.

Como perspectiva de futuro, vejo uma oportunidade em focar na nova geração, que talvez não carregue os traumas e medos do passado. Trata-se de um público ávido por tecnologia e inovação, e o setor nuclear pode oferecer isso. É com esse público que a nuclear pode dialogar, relacionando-se também a temas como minerais críticos, data centers, hidrogênio verde, transição energética, pesquisa, desenvolvimento e tecnologia. Assim como falamos de ‘agro é tech’ ou ‘agro é pop’, a nuclear também pode ser vista como algo moderno e acessível”, declarou.

Captura de tela 2025-08-25 155535 Maria Clara Machado, da Megawhat, chamou a atenção para a falta de informações acessíveis sobre projetos e avanços da área nuclear no Brasil. Segundo a jornalista, muitas iniciativas são pouco conhecidas até mesmo por repórteres que acompanham o setor de perto, não por segredo, mas por falhas na comunicação. Para ele, a abertura de canais de informação mais diretos e transparentes é um ponto a ser aprimorado.

Nós, jornalistas especializados e setoristas, temos grande interesse no que acontece no setor nuclear. O problema não é segredo, mas sim falha na comunicação. Talvez esse seja um ponto que possa ser melhorado: garantir que as informações cheguem de forma mais clara e direta até quem cobre o setor“, avaliou.

Por fim, Maurício Godoi, do Canal Energia, reforçou que transparência é fundamental tanto para apresentar benefícios quanto para lidar com riscos inerentes a qualquer atividade energética. Ele lembrou que incidentes ocorrem em diferentes setores, e que abordá-los de forma aberta fortalece a credibilidade. O jornalista também defendeu que a imprensa pode ser um elo entre a sociedade e a tecnologia nuclear, destacando o papel da educação como instrumento de longo prazo para ampliar o conhecimento da população.

A educação também tem um papel essencial, porque é um processo de longo prazo, assim como a própria energia nuclear. O exemplo da extensão da vida útil de Angra 1 mostra que se trata de uma fonte resiliente e de horizonte duradouro. Esses caminhos — transparência, engajamento e educação — são fundamentais para o avanço da relação entre a área nuclear e a imprensa. Esse evento é um passo importante, mas ainda há espaço para ampliar“, concluiu. O painel de debate com os jornalistas foi mediado por Alexandre Canázio, editor do grupo Canal Energia.

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