JOSÉ MAURO COELHO RENUNCIA À PRESIDÊNCIA DA PETROBRÁS

jose-mauroApós dias de pressão e cobranças, José Mauro Coelho (foto) decidiu, enfim, renunciar ao cargo de presidente da Petrobrás. A saída do engenheiro foi anunciada após uma reunião do conselho da empresa, na manhã de hoje (20). José Mauro foi demitido do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em 23 de maio, mas estava resistindo no posto desde então, aguardando os trâmites internos da companhia para a aprovação do nome de seu substituto, Caio Mario de Andrade. Em nota, a Petrobrás disse que “a nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora”.

A situação de Coelho já era difícil desde o início de maio, quando a Petrobrás anunciou um reajuste de 8,8% no diesel, poucos dias após o presidente Bolsonaro ter feito apelos para que a companhia não mexesse no preço do combustível. O aumento no valor do produto causou várias reações, inclusive a saída de Bento Albuquerque do Ministério de Minas e Energia.

No final de maio, Bolsonaro demitiu Coelho – que havia chegado ao comando da Petrobrás por indicação de Albuquerque. O substituto indicado pelo governo, Caio Mario de Andrade, ainda não assumiu porque a empresa não terminou seus procedimentos protocolares para a realização de uma assembleia de acionistas. Somente com a realização da assembleia seria possível aprovar a entrada de Andrade na empresa.

Contudo, na sexta-feira (19), após mais um reajuste anunciado pela petroleira no diesel e na gasolina, o clima de descontentamento em Brasília cresceu ainda mais, com a ameaça inclusive da formação de uma CPI da Petrobrás. A ideia de uma comissão parlamentar para investigar a empresa começou a ganhar força durante o final de semana, capitaneada por Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira. Em artigo publicado no domingo na “Folha de S. Paulo”, Lira disse que chegou “a hora de tirar a máscara da Petrobrás” e acusou José Mauro de ser um “presidente ilegítimo”. Ele afirmou também que Coelho “pratica o terrorismo corporativo como vingança pessoal contra o presidente da República”.

Diante das ameaças de CPI e da pressão crescente de Bolsonaro e Lira, José Mauro entregou sua carta de demissão na manhã de hoje. O movimento é visto como uma tentativa de tentar barrar a criação da CPI. Além disso, existe a expectativa que a renúncia de Coelho possa acelerar a convocação de uma assembleia para votar a eleição de Caio Mario de Andrade.

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O Coelho saiu mais o galinheiro continua sendo comandado por Raposas.