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JUDICIALIZAÇÃO DO LEILÃO DE RESERVA DE CAPACIDADE ACENDE ALERTA NO SETOR ELÉTRICO E ABRACE PEDE ADIAMENTO DO CERTAME

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Paulo Pedrosa

A Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (ABRACE) emitiu hoje (31) uma carta (disponível aqui) endereçada ao secretário- executivo do Ministério de Minas e Energia, Arthur Valério, pedindo o adiamento do leilão de reserva de capacidade (LRCAP) e a realização de nova e breve consulta pública. Segundo a entidade, o objetivo é assegurar que a contratação garanta a disponibilização para o setor elétrico de uma oferta de potência segura e ao menor custo possível.

No texto, a associação aponta que questionamentos levaram à alteração de premissas do leilão, sem que fosse revisitado todo o processo de sua formatação. Além disso, a ABRACE também chama a atenção para a atual situação de questionamento judicial em relação aos parâmetros que definirão os vencedores. “Entendemos haver a necessidade de breve reflexão visando o aperfeiçoamento do certame. Avançar nessas condições representa um risco significativo, podendo resultar em custos bilionários desnecessários que serão repassados aos consumidores de energia“, escreveu Paulo Pedrosa, presidente executivo da ABRACE.

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Arthur Valerio

Em diálogo com agentes do setor de gás natural, a ABRACE identificou dúvidas relevantes quanto às regras deste leilão, que podem comprometer a contratação do melhor produto sob a ótica dos consumidores (de energia elétrica e de gás natural). Questões ainda em aberto podem impactar diretamente a competitividade do certame, o preço final resultante e a própria confiabilidade do atendimento das demandas de potência do sistema.

A associação sugere que a nova consulta pública seja breve, com prazo de até 15 dias, para ampliar o debate com transparência e participação da sociedade. “Por fim, caso, durante esse período de discussão, as questões técnicas não sejam resolvidas, entendemos que seria prudente dividir a contratação de potência em dois momentos distintos: um certame ainda neste ano para contratação dos produtos de 2025 e 2026, e um segundo leilão no próximo ano, com regras mais bem definidas, otimizando a contratação dos demais produtos planejados“, sustentou Pedrosa.

JUDICIALIZAÇÃO DO LEILÃO 

Ministro Gurgel de Faria 09092021Na última semana, o ministro Gurgel de Faria (foto ao lado), do Superior Tribunal de Justiça, emitiu uma medida cautelar interrompendo o uso do chamado “Fator A” como elemento de cálculo do Preço de Disponibilidade de Potência Termelétrica no certame. A decisão atendeu a um pedido de um grupo de geradoras da Eneva.

A medida não impede a realização do LRCAP, que segue agendado para 27 de junho, mas determina que o Ministério de Minas e Energia faça ajustes necessários nos critérios de habilitação técnica e na fórmula do preço do certame. O ministro Faria destacou também que a suspensão do critério pode ser revertida a qualquer momento, caso as informações prestadas pelo MME demonstrem sua legalidade e pertinência técnica ao certame.

O Fator A funciona como um cálculo para determinar o nível de flexibilidade das usinas. Usinas menos flexíveis, ou seja, que não conseguem ligar e desligar rapidamente conforme a demanda, recebem um Fator A mais alto. Isso impacta diretamente o custo final da energia, pois esse fator multiplica o CVU, que representa o custo operacional da usina. Assim, quanto menos adaptável a usina for, mais caro será o preço da sua potência disponibilizada no sistema.

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