JUIZ FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ACOLHE UMA AÇÃO POPULAR CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA SIX, NO INTERIOR DO PARANÁ
Um passo atrás, volver. Mais uma decisão foi dada em direção à uma possível anulação da venda da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) para o grupo canadense Forbes & Manhattan Resources (F&M). O juiz federal substituto da 4ª Vara do Rio de Janeiro, Mario Victor Braga de Souza, acolheu uma ação popular contra a privatização da SIX e exigiu que a Petrobrás apresente toda a documentação e garantias firmadas com a a empresa F&M. A ação foi ajuizada no último dia 14 contra a Petrobrás, a Forbes Resources Brazil Holding S.A. (F&M Brazil) e a União Federal visando a anulação da venda da SIX, que descumpriu cláusulas contratuais com a Petrobrás, ao não pagar a estatal por serviços prestados em TSA (Suporte Temporário Administrativo e de Apoio Técnico à Operação da Refinaria) à SIX, unidade localizada em São Mateus do Sul, no Paraná. Entre os documentos solicitados pelo juiz estão avaliação de crédito da Forbes e Manhattan firmada no processo de privatização da SIX que ateste a capacidade da empresa compradora de cumprir suas obrigações contratuais; contratos firmados entre Petrobrás e Forbes & Manhattan envolvendo garantias de cumprimento do contrato; e Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças (CCVA) e seu respectivo termo de aditamento.
Com a análise desses documentos, será possível verificar, entre outras coisas, se a compradora apresenta garantias legais, financeiras e operacionais para assumir a SIX. A partir da análise dos contratos, eventuais inconsistências poderão ser cobradas judicialmente. Esta ação popular se soma a outros processos e iniciativas em relação à F&M, adotados anteriormente pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), Anapetro (associação que representa os petroleiros acionistas minoritários da Petrobrás) e o Sindipetro PR/SC, que envolvem irregularidades na venda da refinaria do Paraná, na atividade de produção e exploração de xisto e questões ambientais. Para Lembrar, a SIX foi privatizada em novembro de 2022, ao apagar das luzes do governo Bolsonaro, comprada pelo grupo canadense. Pelo contrato, a Petrobrás seguiria administrando a unidade até que a nova empresa constituída (Paraná Xisto) pudesse operar sozinha. Enquanto isso, a Petrobrás seria remunerada pelo trabalho.
Daqui a pouco o ministro Fachin vai decidir que o juiz federal do Rio de Janeiro não tem competência para julgar e mandar todo o processo para ser julgado por um juiz federal do DF