JUSTIÇA APROVA PEDIDOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS DO GRUPO ENGEVIX
O balaio de empresas em recuperação judicial ganhou mais alguns integrantes nesta semana. A 2ª Vara de Rio Grande (RS) deferiu uma série de pedidos de recuperação de empresas do grupo Engevix, como a Ecovix, os estaleiros ERG 1, ERG 2 e ERG 3, e a Engevix Sistemas de Defesa.
O grupo vem passando por sérias dificuldades desde que foi alvo da Operação Lava Jato e teve inclusive sua sociedade alterada em outubro do ano passado, quando os sócios Gerson Almada e Cristiano Kok venderam suas participações – por R$ 1 – para o terceiro controlador da Engevix, José Antunes Sobrinho (foto). Almada e Sobrinho chegaram a ser presos pela Polícia Federal durante as investigações.
O caso dos estaleiros é um dos mais graves, porque soma dívidas avaliadas em cerca de R$ 6 bilhões. A ideia do pedido de recuperação surgiu como uma forma de evitar a falência, tentando para isso segregar os ativos do grupo em uma nova companhia a ser oferecida aos credores como forma de pagamento.
O modelo usado para isso seria o de Unidade Produtiva Isolada (UPI), que blindaria os investidores na compra daquele ativo de uma empresa em recuperação judicial e permitiria a esses credores revenderem essa nova empresa a outros interessados, como operadores de estaleiros internacionais.
Dentre estes ativos, estão o dique e o pórtico do estaleiro, com um guindaste para grandes estruturas, além de equipamentos, mas o valor estimado para eles ainda é desconhecido.
As dívidas da Ecovix, no entanto, têm alguns credores de grandes somas, como o Banco do Brasil e o Bradesco, que têm R$ 600 milhões a receber cada um; a chinesa Cosco, a Petrobrás e a National Oil Varco (NOV), que aguardam o pagamento de mais de R$ 500 milhões cada uma; e a Caixa Econômica, que é credora de outros R$ 300 milhões.
Na carteira de contratos do Ecovix constavam oito cascos de navios-plataforma para a Petorbrás, incluindo os replicantes do pré-sal, numa soma de US$ 3,5 bilhões, além de três sondas de perfuração para a Sete Brasil, em contratos de US$ 2,4 bilhões, mas o cenário mudou. A Sete Brasil afundou e suas encomendas neste caso foram paralisadas. No caso da Petrobrás, houve atrasos e duas unidades foram transferidas para a China, enquanto outras três devem ser canceladas.
Desde que as primeiras investigações da Polícia Federal vieram à tona, a Engevix vem se desfazendo de negócios estratégicos. Entre eles, está a venda das concessões nos aeroportos de Brasília e do Rio Grande do Norte, em agosto do ano passado, para a Corporación América, do consórcio Inframérica. O grupo também se desfez, no início de 2015, da fatia de 36,85% na Desenvix Energias Renováveis, arrematada pela norueguesa Statkraft.
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