JUSTIÇA BLOQUEIA R$ 30 MILHÕES DA PETROBRÁS E DA IESA PARA PAGAR TRABALHADORES EM CHARQUEADAS

O efeito em cadeia dos problemas que têm vindo à tona está se desenvolvendo cada vez mais rápido. Agora a Justiça do Trabalho de São Jerônimo, no Rio Grande do Sul, determinou o bloqueio de até R$ 30 milhões em contas da Petrobrás, da Iesa e do Consórcio Tupi/BV, para o pagamento de verbas rescisórias e direitos trabalhistas de mil operários na lista de demissões nas obras em Charqueadas, onde a Iesa estava montando 32 módulos para os FPSOs replicantes da estatal.

Depois que a Petrobrás rompeu o contrato com a Iesa, na semana passada, os trabalhadores foram comunicados das demissões que ocorreriam. A Iesa já vinha de uma situação complicada, atualmente em recuperação judicial, e agora, também tendo seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato, inclusive com a prisão de seu presidente, Valdir Lima Carreiro, terá enormes dificuldades para se reerguer.

A nova medida judicial veio em atendimento ao pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), ordenando também o rastreio de veículos e o sequestro de bens em nome das empresas. A decisão foi tomada pela juíza do Trabalho Lila Paula Flores França, em sequência à ordem que já havia sido emitida no fim de semana, determinando a suspensão das demissões em massa em Charqueadas.

Em paralelo a isso, a Prefeitura de Charqueadas decretou estado de calamidade pública no final da manhã de segunda-feira (24), com o intuiuto de liberar recursos municipais para auxiliar os mil funcionários que foram demitidos da fábrica da Iesa.

A Petrobrás diz que está estudando as alternativas para continuidade do projeto, mas ainda não marcou uma data para a nova licitação dos módulos, que deverão ser feitos no mesmo local, por uma outra empresa.