JUSTIÇA HOMOLOGA PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DO GRUPO SCHAHIN
Após longos meses de indefinição interna, o momento agora é de reestruturação para o Grupo Schahin. A empresa teve seu plano de recuperação judicial homologado nesta segunda-feira (21) pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, em medida que deve dar início à negociação das dívidas acumuladas junto a credores. Impactada diretamente pelas investigações da Operação Lava-Jato, a empreiteira entrou com o pedido de respaldo para suas 28 companhias em abril do ano passado, somando na época um endividamento total de R$ 6,5 bilhões.
Com a homologação, o grupo pode respirar com certo alívio. O plano de recuperação vinha sendo motivo de discordâncias internas em assembleias da empresa, que no último mês teve seu planejamento de reestruturação reprovado por credores. Para aprovar o projeto na Justiça, os advogados da construtora defenderam a tese de que o voto da Tranche A, sindicato formado por 12 bancos que se mostrou contrário à mudança e único na categoria de credores com garantia real, teria sido abusivo. O argumento da defesa foi então acatado pelo juiz Marcelo Sacramone, mas ainda pode ser alvo de recursos judiciais.
Envolvido diretamente no cerne da Lava-Jato, o Grupo Schahin vem sendo investigado por crimes de sonegação fiscal e teve R$ 4,6 bilhões de seus bens bloqueados pela Receita Federal no final do ano passado. Segundo os auditores do processo, a empresa criou companhias de fachada em paraísos fiscais para receber 90% dos recursos garantidos em seus contratos com a Petrobrás para fornecimento de plataformas. Além disso, a empreiteira é investigada por empréstimos fechados com 13 bancos, envolvendo contratos avaliados em US$ 15 bilhões.
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