JUSTIÇA IMPEDE QUE NUCLEP SEJA ENTREGUE A APADRINHADOS POLÍTICOS SEM CAPACITAÇÃO PARA DIRIGIR INDÚSTRIA NUCLEAR

A decisão da juíza Rafaela de Freitas Baptista de Oliveira aos 44 do segundo tempo salvou liminarmente a Nuclep de ser entregue a apadrinhados políticos que assumirem a direção da maior e mais importante indústria nuclear brasileira, a Nuclebrás, conforme o Petronoticias denunciou. A Nuclep, como é conhecida, seria entregue a pessoas sem capacitação profissional condizente para dirigir a empresa, que é estratégica para o país, por lidar com informações altamente confidenciais a respeito da construção do submarino nuclear da Marinha,  operar um porto em Itaguaí,   além de fabricar peças de extrema complexidade para a Usina Nuclear Angra 3. A juíza, da Comarca do Município de Itaguaí, onde fica a sede da empresa, deferiu a liminar ao receber uma denúncia que apontava uma verdadeira trama política que impunha à empresa ser dirigida por pessoas que foram reprovadas pela comissão de avaliação interna da Nuclep.

Siciliano Francisco, engenheiro metalúrgico, segundo o Petronotícias apurou, seria indicado pelo ex-prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, mas o ex-prefeito negou e acusou o Deputado Alexandre Valle, que também havia negou.( Veja a nota do ex-prefeito no pé desta matéria);  Luciana Camargo da Silva, indicada pelo Deputado Celso Pansera para assumir a diretoria administrativa-financeira, e Luiz Renato de Almeida, ex- fiscal do Ministério do Trabalho de Duque de Caxias, indicado pelo Deputado Áureo Ribeiro, assumiriam o comando da Nuclep às 11 horas de quarta-feira(17), mas foram impedidos pela liminar. Depois de serem reprovados pela comissão de avaliação interna em ata registrada no dia 12 de dezembro de 2016, tecnicamente ficaram impedidos de assumir. Mas, numa manobra administrativa, o atual presidente do CNEN e presidente do Conselho de Administração da Nuclep, o Major-Brigadeiro Roberto Pertusi, convocou uma reunião do conselho às pressas para a última sexta-feira(12) e por dois votos a um, cancelou a ata e a decisão da comissão interna, abrindo a possibilidade dos apadrinhados políticos assumirem os cargos.

Nem todos os conselheiros  estavam presentes. Votaram sim o próprio Roberto Pertusi e Tarcísio Cunha, do Ministério da Ciência e Tecnologia. O representante dos funcionários se absteve. E o atual presidente da Nuclep, o Almirante Carlos Seixas, votou contra. O Almirante Bento, outro participante do conselho, estava na França exatamente para cuidar de assuntos ligados ao desenvolvimento do projeto do submarino nuclear que está sendo construído na Nuclep. O Almirante Bento é uma das maiores autoridades do setor nuclear que o Brasil já teve e  quem está a frente do Prosub, o projeto de construção dos submarinos.

Na quarta-feira(17) a empresa recebeu a notificação da Juíza Rafaela de Freitas antes da posse, marcada para às 11 horas, no escritório central da companhia, no centro do Rio de Janeiro. Luciana Camargo da Silva chegou a ir a Nuclep para assumir ao cargo. Mas bateu com a cara na porta. Mesmo assim, sem constrangimento, ficou esperando do lado de fora da reunião do Conselho de Administração para ver quais as medidas a empresa iria tomar. Não adiantou. Ordem da justiça dada, ordem acatada. Ela teve que voltar pra casa e avisar ao seu padrinho político que ainda não foi desta vez.

NOTA – O Petronotícias recebeu o posicionamento do ex-prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso. Leia o texto na íntegra: 
“A assessoria de imprensa do ex-prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, esclarece que na matéria cujo o título é; “Justiça impede que Nuclep seja entregue a apadrinhados políticos sem capacitação para dirigir indústria nuclear” não houve por parte do ex-prefeito a indicação do engenheiro metalúrgico Siciliano Francisco para a direção da Nuclep como relata a matéria de 18 de maio de 2017 publicada no site. Cabe ainda esclarecer que a indicação foi feita pelo deputado federal Alexandre Valle Cardoso do PR.