KAROON ENERGY ENTRA EM 2025 COM FOCO NA EXTENSÃO DA VIDA ÚTIL DE BAÚNA E NA DECISÃO SOBRE NEON
Iniciamos esta semana com uma nova entrevista da nossa série especial Perspectivas 2025, que agora entra em sua reta final. Nesta segunda-feira (20), nosso entrevistado é o presidente da Karoon Energy no Brasil, Marco Brummelhuis, que traz um relato sobre os próximos desafios da petroleira. O executivo lembra que, em 2024, a companhia conseguiu estabilizar a sua produção no campo de Baúna, na Bacia de Santos, alcançando o patamar de 24 mil barris por dia. Apesar do declínio natural do ativo, a ideia da empresa é investir para estender a produção da área. “O campo de Baúna tem muito a oferecer, e estamos explorando novas tecnologias para reduzir o declínio natural de produção do campo e estender sua vida útil, tecnologias que também podem ser aplicadas a outros campos offshore maduros no Brasil”, revelou. Além disso, Brummelhuis reafirmou o compromisso da Karoon em avançar ainda em 2025 no projeto Neon, também na Bacia de Santos. “Esperamos avançar para a próxima fase de maturação, Engenharia de Front-End e Design, para o potencial desenvolvimento do campo Neon na Bacia de Santos, sujeito à aprovação do Conselho, que será considerada no primeiro trimestre de 2025”, destacou.
Como foi o ano de 2024 para a Karoon Energy e o setor de petróleo e gás?
O ano de 2024 representou um marco significativo para a Karoon Energy, pois celebramos duas décadas de operações globais. Tive o privilégio de assumir o cargo de presidente da companhia no Brasil, com muitas oportunidades para desenvolver. Ao longo do ano, enfrentamos desafios em nossa jornada para garantir operações seguras e confiáveis no Projeto Baúna, com uma estabilização da produção alcançada no final do período. Para o campo Neon, fizemos progressos na maturação de seu desenvolvimento econômico, utilizando nossa expertise em gerenciar e desenvolver campos maduros.
Outro destaque foi o segundo ciclo de PD&I, que ampliou os investimentos em novos projetos financiados pela cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, resultando em um portfólio de nove iniciativas em andamento.
Desde que chegamos ao Brasil em 2008, a Karoon investiu mais de 1 bilhão de dólares na indústria nacional de petróleo e gás. Isso inclui US$ 665 milhões de dólares para a aquisição do Baúna e aproximadamente US$ 300 milhões de dólares em intervenções no Baúna e no desenvolvimento do Patola, que aumentaram significativamente a produção. Os níveis atuais de produção do Projeto Baúna são de cerca de 24.000 barris por dia e acompanham o declínio natural do campo.
Quais medidas poderiam melhorar o ambiente de negócios no setor de petróleo e gás?
Para melhorar o ambiente de negócios no Brasil, é crucial ter estabilidade e previsibilidade regulatória e tributária, o que estimula investimentos de longo prazo e fortalece a competitividade do país. A continuidade de políticas focadas no desenvolvimento de campos maduros e na promoção de tecnologias de baixo carbono é benéfica, alinhando o setor com os objetivos globais de sustentabilidade e permitindo que empresas como a Karoon ajudem a liderar essa transformação. Essa abordagem atrai mais investimentos e fomenta a inovação.
A participação de empresas independentes no mercado de petróleo e gás do Brasil, um desenvolvimento relativamente recente, gerou fortes impactos econômicos positivos. Ao operar campos que não são viáveis para grandes operadores e que, de outra forma, não seriam desenvolvidos ou seriam abandonados precocemente, essas empresas criam empregos e renda, estendem a vida útil dos campos, aumentam a produção do país, promovem inovações técnicas, comerciais e financeiras e melhoram as taxas de recuperação. Esses avanços contribuem para a segurança energética do Brasil e complementam a transição energética do país de forma justa e sustentável.
Como os acontecimentos políticos internacionais impactam os negócios da Karoon e do setor no Brasil?
A instabilidade do mercado global consolidou a posição do petróleo brasileiro como uma fonte de energia confiável e competitiva, fortalecendo ainda mais a posição estratégica da Karoon dentro desse polo crucial. Essa situação também intensifica as discussões sobre a transição energética, criando novas oportunidades para empresas que já adotam práticas sustentáveis.
A Karoon tem sido carbono neutro para as emissões de Escopo 1 e 2 no Projeto Baúna, ano após ano, desde que assumimos os ativos no final de 2020. A empresa gerencia o impacto das emissões de carbono por meio da redução de nossa pegada de carbono onde é viável e pela aquisição de créditos de compensação de carbono provenientes de iniciativas como o projeto REDD+ na Amazônia. Assim como outros membros do setor de petróleo do Brasil, a Karoon está antecipando os impactos da Lei do Carbono que será sancionada pelo governo brasileiro.
Carbono Neutro refere-se, em primeiro lugar, à redução ou eliminação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) operacionais de Escopo 1 e 2 e, em segundo lugar, à aquisição de créditos de compensação de carbono para equilibrar as emissões restantes de Escopo 1 e 2.
A COP 30, que será realizada no quarto trimestre de 2025, será um marco relevante para o Brasil, com a entrada em vigor da Lei do Carbono. O sucesso da lei dependerá de diversos fatores, incluindo o apoio e a colaboração dos setores público e privado, bem como o monitoramento contínuo de seu impacto. No entanto, ela aponta para uma direção positiva em relação às metas de sustentabilidade do Brasil.
Quais são as perspectivas da Karoon Energy para 2025?
A Karoon tem grandes planos para 2025, com um forte foco em trabalhar com nossos prestadores de serviços para continuar melhorando a confiabilidade e o tempo de operação, além de estender a vida útil do Projeto Baúna, realizando uma manutenção aprimorada na unidade de Produção, Armazenamento e Descarregamento (FPSO) “Cidade de Itajaí”, que atende ao campo. Além disso, durante o ano, esperamos avançar para a próxima fase de maturação, Engenharia de Front-End e Design, para o potencial desenvolvimento do campo Neon na Bacia de Santos, sujeito à aprovação do Conselho, que será considerada no primeiro trimestre de 2025. Nessa fase, se aprovada, estaremos avaliando de perto a oportunidade de investimento, logística e fornecedores, incluindo a garantia de uma instalação adequada de processamento de campo, além de buscar um parceiro para participar ao lado da Karoon nesse novo potencial de desenvolvimento.
Mesmo com o mercado brasileiro em forte expansão e a cadeia de suprimentos sob alta demanda, o que pode pressionar os custos, especialmente para campos menores, estamos confiantes em nossa capacidade de continuar a realizar investimentos que agreguem valor no Brasil. O campo de Baúna tem muito a oferecer, e estamos explorando novas tecnologias para reduzir o declínio natural de produção do campo e estender sua vida útil, tecnologias que também podem ser aplicadas a outros campos offshore maduros no Brasil.
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