KPMG DIZ QUE GESTÃO DE RISCOS FINANCEIROS NA COMERCIALIZAÇÃO GANHOU RELEVÂNCIA NO MERCADO LIVRE DE ENERGIA
A possibilidade da comercialização do gás no mercado livre, que começou a ser discutida recentemente, para a KPMG, é um exemplo do crescimento significativo do mercado livre de energia elétrica. Esse mercado está sendo desenvolvido desde os meados da década de 90 com o objetivo de estímulo da livre concorrência no setor, a gestão de risco financeiro frente a eventos extremos, sazonalidade e questões geográficas para as companhias que atuam na comercialização de gás passou a ser uma discussão importante para a indústria. Essa é a opinião do diretor de risco financeiros da KPMG no Brasil, Rodrigo Bauce(foto principal). Segundo ele, o desafio para os próximos anos é como evitar volatilidade nos balanços e gerenciar riscos financeiros no processo de monetização do gás dentro de uma estrutura conectada com a experiência recente na compra e venda de energia elétrica.
Bauce diz que “A questão da energia já vinha sendo debatida há um bom tempo, porém, após o ano de 2019, foi observado no mercado brasileiro casos de quebra de empresas do setor como consequência dos baixos direcionadores de práticas em gerenciamento de riscos financeiros, permitindo alavancagem e ausência de proteção em um mercado altamente volátil e que ainda está em fase de consolidação. Como o gás é um combustível fóssil, também utilizado para geração de energia, não vai demorar para encontrar a mesma rota que foi implantada para comercialização de energia. O único diferencial é que o processo de negociação de contratos de energia elétrica é efetuado antes da produção enquanto no gás esse processo acontece de forma mais dinâmica em função da capacidade de estocagem.“
Para Rodrigo Bauce, o amadurecimento da negociação do gás no mercado livre trará inúmeros benefícios em gerenciamento de riscos financeiros para a indústria como melhoria na liquidez, mitigação de risco de mercado com proteções (hedge), blindagem da cadeia produtiva e quebra. No mercado de energia brasileiro, existem quatro segmentos e sendo eles a geração, transmissão, distribuição e comercialização. Além dos consumidores finais, outros participantes como instituições financeiras já conseguem operar com liberdade para negociar contratos com volumes e condições específicas de compra e venda de energia. O ajuste de contas é efetuado pelo preço de liquidação das diferenças (PLD) que passou a ser atualizado diariamente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) no início deste ano.
Um ouyro diretor da KPMG, responsável pelo setor de energia e recursos naturais, Anderson Dutra(foto a direita), as perspectivas e os desafios para a expansão da produção nacional de gás natural, a comercialização do produto no mercado livre irá adicionar valor ao ativo: “O Brasil tem imensas reservas de gás natural ainda inexploradas e tem um ambiente favorável para esse tipo de negociação. O mercado de gás entra nas distribuidoras e é vendido para o consumidor final. Com a monetização, há possibilidade de a indústria se posicionar para equilibrar o preço dentro da comercialização. Esse movimento vai gerar maior competitividade para a indústria nacional. A viabilidade da monetização do gás significa um importante movimento do setor que será capaz de trazer maior diversidade dos atores envolvidos, principalmente da cadeia fornecedora.“
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