LAVA JATO CHEGA A INSTÂNCIA ESTADUAL E POLÍCIA CIVIL FAZ OPERAÇÃO CONTRA CORRUPÇÃO EM FURNAS

A Operação Lava Jato foi expandida para além dos domínios da Polícia Federal e agora já se desdobra em ações estaduais. A primeira delas ocorreu nesta quinta-feira (8), sob a coordenação da Polícia Civil, com o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e oito em São Paulo sobre lavagem de dinheiro, corrupção e desvio de verbas de Furnas.

As investigações partiram da delação do ex-senador Delcídio do Amaral, que acusou o ex-deputado federal Eduardo Cunha (foto) de ter intermediado o pagamento de propinas em contratos firmados por Furnas na compra de ações da Hidrelétrica Serra do Facão.

De acordo com as investigações, a estatal do setor elétrico possuía 49,9% das ações da usina, enquanto que o Fundo de Participações Oliver Trust Servicer e outras empresas detinham a participação restante. Furnas tinha a preferência de compra da totalidade das ações, mas desistiu de exercê-la por conta de um impedimento legal, que proibia empresas ligadas à Eletrobrás de terem participação majoritária em sociedades que tivessem concessão ou autorização de geração de energia.

Quando a Oliver e os outros sócios decidiram vender os 50,1% da usina, a compradora foi a Companhia Serra da Carioca II, que pagou R$ 7 milhões pela fatia, meses antes de revendê-la por R$ 80 milhões para Furnas, depois que Cunha conseguiu, através de uma medida provisória, retirar o impedimento da lei.

Na delação de Delcídio, o ex-senador acusa Cunha de ser ligado a sócios da Carioca II e ter envolvimento nos esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro da construção da Hidrelétrica Serra do Facão.