LAVA JATO PRENDE GUIDO MANTEGA E MIRA EMPRESAS DE EIKE BATISTA

A caça aos poderosos ganhou mais um dia de trabalhos intensos nesta quinta-feira (22), com a prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega pela Polícia Federal. A detenção é parte da 34ª fase da Lava Jato, batizada de Arquivo X, em referência a empresas investigadas com X no nome, de Eike Batista. Ao todo, são 49 mandados judiciais expedidos, sendo 33 de busca e apreensão, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva.

A ação acontece em cinco estados; São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, além do Distrito Federal, contando com 180 policiais federais e 30 auditores fiscais.

Os fatos investigados são relacionados aos contratos dos FPSOs P-67 e P-70, que originalmente haviam sido vencidos pelo consórcio formado entre a OSX e a Mendes Júnior, mas em 2015 foram repassados para o grupo chinês Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC).

Mantega foi preso quando estava acompanhando a esposa no hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, onde ela passou por uma cirurgia. Além disso, um dos alvos da ação de busca e apreensão é a sede da OSX, do grupo de Eike Batista, no Centro do Rio de Janeiro.

Os investigadores acusam o ex-ministro de ter pedido doações de R$ 5 milhões para o Partido dos Trabalhadores em troca dos contratos das plataformas. A informação, segundo o Ministério Público Federal, foi dada pelo próprio Eike Batista, em depoimento já prestado à instituição.

De acordo com a Polícia Federal, as empresas investigadas se associaram na forma de consórcio para obter os contratos de construção das duas plataformas mesmo sem possuírem experiência, estrutura ou preparo para isso, o que foi feito a partir de fraude do processo licitatório, corrupção de agentes públicos e repasses de recursos a agentes e partidos políticos responsáveis pelas indicações de cargos importantes da estatal.